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Em visita de Lula ao STF, Flávio Dino diz que era de ataques à Corte acabou

A presidente do STF, ministra Rosa Weber, recebe opresidente eleitos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no tribunal  - Nelson Jr./SCO/STF
A presidente do STF, ministra Rosa Weber, recebe opresidente eleitos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no tribunal Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Do UOL, em Brasília

09/11/2022 17h03Atualizada em 09/11/2022 17h57

O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) afirmou na tarde de hoje que a visita do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal é um gesto de que a "era de ataques" à Corte acabou.

Segundo Dino, o encontro do petista com os ministros tem o objetivo de distensionar a relação entre o Executivo e o Judiciário, que ficou desgastada durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), derrotado na eleição presidencial.

"É um sinal político de que a era de ataques acabou", disse Dino. Cotado para o Ministério da Justiça, o ex-governador do Maranhão foi um dos primeiros integrantes da comitiva a chegar ao tribunal nesta quarta-feira.

Além dele, vieram a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), os ex-ministros Aloizio Mercadante e Eugênio Aragão e o advogado Cristiano Zanin Martins, que defendeu Lula na Operação Lava Jato.

Equipe de transição, incluindo Flavio Dino (com a mão no queixo), observa reunião de Lula com ministros do STF - Nelson Jr./SCO/STF - Nelson Jr./SCO/STF
Equipe de transição, incluindo Flavio Dino (com a mão no queixo), observa reunião de Lula com ministros do STF
Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Aproximação. Dentro do Supremo, há a expectativa de que o diálogo institucional entre a Corte e o Planalto seja retomado a partir do governo petista. A mudança de governo significa para o tribunal uma redução de ataques do Executivo, atos que se tornaram comuns durante a gestão Bolsonaro.

Aliados de Lula dizem que o petista deverá manter um diálogo cordial e respeitoso com o Supremo, que já foi alvo de críticas do petista durante o auge da Lava Jato. Para este grupo, o presidente eleito vê o cenário como "águas passadas".

Um dos temas que têm sido avaliados pelo tribunal antes de decidir é o chamado "orçamento secreto".

Relatora do caso, a ministra Rosa Weber planeja discutir o tema ainda neste ano, mas quer esperar as conversas entre Lula e o Congresso antes de decidir. Isso porque a avaliação é que, neste momento de transição, é preciso esperar os políticos conversarem entre si sobre o que fazer com as emendas.

Conversa com Lira. A visita a Rosa e a Moraes marca um dia de reuniões de Lula com os chefes de Poderes. Mais cedo, o petista se encontrou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em uma reunião de quase duas horas em que ambos não ficaram sozinhos, como mostrou o UOL.

O clima do encontro com Lira foi "amistoso" e de "diálogo aberto" e serviu para discutir a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que viabilizaria o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 no ano que vem. Lira disse estar disposto a dar andamento à proposta e petistas avaliam que há "forte sensibilidade" para a aprovação do projeto.

O encontro está sendo realizado na presidência do STF e já dura mais de 45 minutos. Além da presidente do STF, ministra Rosa Weber, todos os demais integrantes também participam do encontro, com exceção de Roberto Barroso, que embarcou ontem para o Egito para uma palestra na COP27 — convidado, Lula viajará para a Cúpula do Clima no início da semana que vem.

Do Egito, o presidente eleito seguirá para Portugal, no dia 18, onde se encontrará com o primeiro-ministro António Costa e o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, aliados que o apoiaram publicamente durante a eleição.