Lira e Lula não ficam sozinhos em encontro e PEC segue sem definição
No primeiro encontro após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições, o presidente eleito e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conversaram sozinhos na reunião que ocorreu na manhã de hoje (9), na Residência Oficial.
De acordo com o deputado Alencar Santana (PT-SP), que participou do encontro, Lira e Lula estiveram a todo tempo acompanhados do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), dos deputados petistas Reginaldo Lopes (MG), José Guimarães (CE), Odair Cunha (MG), da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do coordenador dos grupos técnicos da transição, Aloizio Mercadante.
O encontro durou quase duas horas. Ao UOL, Alencar afirmou que o clima foi "amistoso" e de "diálogo aberto" entre Lula e o presidente da Câmara. Lira é um dos principais aliados do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, para quem fez campanha aberta durante as eleições.
Eleição da Câmara. De acordo com o deputado, não foi discutida a eleição à Presidência da Câmara, que ocorrerá em fevereiro do ano que vem. Lira já se coloca informalmente como candidato à reeleição e reúne apoio das bancadas do Centrão na Casa.
"O Poderes precisam do diálogo aberto que tem que ser positivo, pensando no futuro do país. O presidente Lula tem como sua meta principal acabar com a fome no Brasil e o parlamento tem um papel fundamental nisso", disse Alencar.
Amanhã (10), Lula fará uma reunião com líderes das bancadas no Congresso que o apoiaram nas eleições. Devem participar ainda deputados que estiverem em Brasília, inclusive aqueles de partidos do Centro, que foram liberados por dirigentes partidários durante o primeiro e o segundo turno do pleito.
PEC de transição. Durante o encontro, foi discutida ainda a PEC (proposta de emenda à Constituição) que viabilizará o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 no ano que vem. Lira se mostrou disposto a dar andamento à proposta na Câmara. O sentimento dos petistas é de que há "forte sensibilidade" pelos parlamentares para a aprovação do projeto.
O líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), afirmou após a reunião que a PEC será "resolvida" no Congresso Nacional até o final deste mês de novembro. O texto começará a ser analisado pelo Senado Federal e depois seguirá para a Câmara.
A proposta, no entanto, ainda não foi fechada e está sendo elaborado pela equipe econômica do governo de transição. Não está definido se o benefício ficará fora do teto de gastos apenas em 2023 ou por tempo indeterminado.
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