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OPINIÃO

Tales: Gal Costa cantou contra ditadura e teve participação política forte

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/11/2022 12h40

O colunista do UOL Tales Faria lamentou a morte da cantora Gal Costa hoje e também relembrou sua constante atuação política desde os tempos da ditadura, sempre lutando contra aquilo que ele classificou como "caretice".

"Tem um significado político forte porque foi uma cantora que participou dos movimentos contra a ditadura militar, cantou junto com os Novos Baianos contra a ditadura, e participava de festivais fora do país, especialmente na América Latina, sempre contra a ditadura militar. Ela tem uma participação política forte, mas na música não tem nem comparação", disse durante participação no UOL News.

Tales também falou sobre a atuação política recente da cantora, inclusive tendo feito o "L" em alusão à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um festival no mês de setembro. Além disso, Tales também lembrou que, durante shows da cantora desde o ano de 2019, era comum que seus fãs gritassem em coro "fora Bolsonaro".

"É evidente que Bolsonaro não gostava dela, como não gosta do Caetano e não sei nem se ouvia a música deles".

Ainda durante participação no UOL News, Tales afirmou que Lula e sua mulher, a socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, devem comparecer ao velório da cantora. Tanto Lula quanto Janja se manifestaram em redes sociais e lamentaram a morte da cantora.

Tales Faria também elogiou a atuação de Gal Costa, que sempre lutou por pautas sociais ao lado de populações historicamente marginalizadas.

"Ela era uma expressão de modernidade, trouxe um ar de modernidade e expressão comportamental de protesto contra o atraso. A Gal teve momentos de defesa dos direitos LGBT, da liberação das drogas e [participou de] uma série de movimentos que ela entrou e eram de contestação contra a caretice em geral".

Zeca Camargo: Gal Costa era aguda e doce na voz e nas opiniões

"Falando com Carlinhos Brown agora pouco para definir a voz dela, ele falou que era aguda e doce. Aí fiz um um paralelo de que ela era uma pessoa que você entendia exatamente o que queria dizer, a posição política dela. Ela era aguda nas opiniões, mas tudo passado com docura", disse o apresentador Zeca Camargo sobre o talento de Gal e também sua forma de se expressar.

"A força da arte, da voz e da música da Gal tinham que ser sempre maiores e ela conseguia. Não tinha censura e não tinha nada que não pudesse ser dito, mas isso era feito com suavidade", completou durante participação no UOL News.

Jards Macalé relembra último recado para Gal Costa e lamenta: 'Minha irmãzinha'

O cantor e compositor Jards Macalé revelou durante participação no UOL News seu sentimento com a notícia da morte de Gal Gosta. Ele disse que estava combinando a participação da artista em seu próximo álbum quando deixou de receber notícias de Gal, há cerca de um mês. "Estou chocado com essa notícia. Isso é uma loucura principalmente porque nós temos uma amizade muito grande. É a minha irmãzinha".

Macalé, que relembrou suas parcerias com a cantora na década de 70 e 80, também revelou qual foi sua última mensagem para a amiga.

"Estávamos mantendo a correspondência via WhatsApp e, em algum momento, Gal silenciou. Eu estava achando tão estranho porque a gente tinha combinado tudo, e ela silenciou. Eu mandava 'bilhetes' [mensagens de WhatsApp]. No último bilhetinho, botei: 'onde é que tá tu mulher'. E ela num silêncio profundo", completou.

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