Após confirmar dados do TSE, Defesa diz agora não excluir risco de fraude
![Divulgação/TRE-MT](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/75/2022/10/30/urna-colada-no-mato-grosso-1667165664932_v2_450x450.jpg)
Um dia depois de divulgar relatório em que confirma os dados da votação das eleições deste ano, as Forças Armadas divulgaram uma nota na qual afirmam o que o documento "não exclui a possibilidade da existência de fraude" nas urnas.
"O acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022", disse a pasta.
Integrantes do Ministério da Defesa negam que a nota de hoje tenha relação com a reação negativa de bolsonaristas que criticaram o documento e dizem que o posicionamento é uma resposta ao TSE.
Em nota, o tribunal disse ontem que recebeu o relatório das Forças Armadas com "satisfação" e que o documento demonstrou, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, que não há existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral.
Segundo apurou o UOL, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, ficou incomodado com a resposta do TSE e considerou o posicionamento da Corte "equivocado".
A pasta decidiu divulgar a nota de hoje porque na avaliação de militares que fizeram o relatório falar em vulnerabilidades na área de tecnologia da informação é algo "bastante serio".
- Leia a íntegra da nota divulgada hoje
Integrantes do Exército ouvidos pelo UOL, no entanto, disseram que já consideravam o assunto "página virada" e o relatório foi atestado por integrantes do Alto Comando.
Segundo um general da ativa ouvido sob reserva, o documento foi ratificado pela área técnica e a conclusão é de que não houve fraudes no pleito. De acordo com o militar de alta patente, os levantamentos relacionados ao código-fonte até podem dar margem para "interpretações de falhas", mas o que há de concreto são sugestões de melhorias.
Hoje, ao deixar a sessão do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do tribunal, deu declaração semelhante e afirmou que o assunto é tema que "já acabou faz tempo".
O que diz a nova nota da Defesa. O texto divulgado pelos militares faz menção aos "riscos" hipotéticos levantados no relatório entregue ontem ao TSE, alegando que haveria "risco à segurança" na geração dos programas das urnas eletrônicas devido ao acesso dos computadores à rede do TSE.
No entanto, como mostrou o UOL, o procedimento é feito offline.
Os militares também reclamam que os testes de integridade nas urnas, inclusive o com biometria, não teriam sido suficientes para "afastar a possibilidade de influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação".
Os testes de integridade, tanto o tradicional quanto o projeto-piloto com biometria, ocorreram nas eleições e não detectaram nenhum problema no sistema de votação. Além disso, como o uso da biometria tinha caráter voluntário, a Justiça Eleitoral não poderia impor aos eleitores que participassem do teste.
"Em consequência dessas constatações e de outros óbices elencados no relatório, não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento", alegam os militares.
Ontem, o TSE afirmou em nota que todas as sugestões dos militares constantes no relatório para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas.
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