Após confirmar dados do TSE, Defesa diz agora não excluir risco de fraude
Um dia depois de divulgar relatório em que confirma os dados da votação das eleições deste ano, as Forças Armadas divulgaram uma nota na qual afirmam o que o documento "não exclui a possibilidade da existência de fraude" nas urnas.
"O acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022", disse a pasta.
Integrantes do Ministério da Defesa negam que a nota de hoje tenha relação com a reação negativa de bolsonaristas que criticaram o documento e dizem que o posicionamento é uma resposta ao TSE.
Em nota, o tribunal disse ontem que recebeu o relatório das Forças Armadas com "satisfação" e que o documento demonstrou, assim como todas as demais entidades fiscalizadoras, que não há existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral.
Segundo apurou o UOL, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, ficou incomodado com a resposta do TSE e considerou o posicionamento da Corte "equivocado".
A pasta decidiu divulgar a nota de hoje porque na avaliação de militares que fizeram o relatório falar em vulnerabilidades na área de tecnologia da informação é algo "bastante serio".
- Leia a íntegra da nota divulgada hoje
Integrantes do Exército ouvidos pelo UOL, no entanto, disseram que já consideravam o assunto "página virada" e o relatório foi atestado por integrantes do Alto Comando.
Segundo um general da ativa ouvido sob reserva, o documento foi ratificado pela área técnica e a conclusão é de que não houve fraudes no pleito. De acordo com o militar de alta patente, os levantamentos relacionados ao código-fonte até podem dar margem para "interpretações de falhas", mas o que há de concreto são sugestões de melhorias.
Hoje, ao deixar a sessão do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do tribunal, deu declaração semelhante e afirmou que o assunto é tema que "já acabou faz tempo".
O que diz a nova nota da Defesa. O texto divulgado pelos militares faz menção aos "riscos" hipotéticos levantados no relatório entregue ontem ao TSE, alegando que haveria "risco à segurança" na geração dos programas das urnas eletrônicas devido ao acesso dos computadores à rede do TSE.
No entanto, como mostrou o UOL, o procedimento é feito offline.
Os militares também reclamam que os testes de integridade nas urnas, inclusive o com biometria, não teriam sido suficientes para "afastar a possibilidade de influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação".
Os testes de integridade, tanto o tradicional quanto o projeto-piloto com biometria, ocorreram nas eleições e não detectaram nenhum problema no sistema de votação. Além disso, como o uso da biometria tinha caráter voluntário, a Justiça Eleitoral não poderia impor aos eleitores que participassem do teste.
"Em consequência dessas constatações e de outros óbices elencados no relatório, não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento", alegam os militares.
Ontem, o TSE afirmou em nota que todas as sugestões dos militares constantes no relatório para aperfeiçoamento do sistema serão oportunamente analisadas.
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