'Não seja grosseira': Barroso é abordado por bolsonarista em Nova York
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso foi abordado por uma bolsonarista enquanto caminhava em Nova York, nos Estados Unidos. Fontes do UOL Notícias próximas a Barroso confirmaram que o episódio ocorreu neste domingo (13).
No vídeo, a mulher encontra Barroso e o provoca. Depois, profere uma ameaça: "Cuidado, hein, o povo brasileiro é maior do que a Suprema Corte".
Ela abre o vídeo e caminha acompanhando Barroso. Ela diz "olha só quem está aqui. Como é que vai o senhor, juiz?".
A essa abordagem, Barroso responde: "muito bem, muito, feliz pelo Brasil".
Ela, então, responde com ironia e começa a ameaçá-lo. "Tá bom, mas nós vamos ganhar essa luta. Cuidado, hein, o povo brasileiro é maior do que a Suprema Corte. Você não vai ganhar nosso país, foge".
Barroso responde: "Não seja grosseira, tchau, minha senhora". Na sequência, ele entra em uma loja.
Não foi a primeira vez que o ministro do STF sofreu intimidações. No começo do mês, a PM (Polícia Militar) teve de ser acionada para ajudar Barroso a se afastar de um grupo de apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), em Porto Belo (SC).
Na ocasião, Barroso se manifestou sobre o episódio de Santa Catarina. "A democracia comporta manifestações pacíficas de inconformismo, mas impõe a todos os cidadãos o respeito ao resultado das urnas. O desrespeito às instituições e às pessoas, assim como as ameaças de violência, não fazem bem a nenhuma causa e atrasam o país, que precisa de ordem e paz para progredirmos", disse.
Rosa Weber emite nota. "O Supremo Tribunal Federal repudia os ataques sofridos por ministros da Corte, em Nova Iorque. A democracia, fundada no pluralismo de ideias e opiniões, a legitimar o dissenso, mostra-se absolutamente incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive moral, contra qualquer cidadão", escreveu a presidente do STF.
Atrito entre Bolsonaro e Barroso. A tensão entre o presidente da República e o ministro do STF começou há pouco mais de um ano, quando governistas no Congresso Nacional tentaram aprovar um projeto de lei em que a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) questionava a segurança das urnas eletrônicas e apontava vulnerabilidades no sistema de votação.
Presidido por Barroso à época, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) se manifestou reiteradamente contra a proposição, que não obteve os votos necessários para ser aprovada. Desde então, Bolsonaro tem atacado o posicionamento do ministro, contrário ao voto impresso.
Ministro evitou Bolsonaro em encontro no STF
Em 1º de novembro, Barroso deixou as imediações do STF pouco antes de Bolsonaro chegar no prédio, em que se reuniu com a presidente do tribunal, Rosa Weber, os ministros Luiz Edson Fachin, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Após o encontro, Fachin afirmou que Bolsonaro sinalizou que aceita a derrota para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O presidente da República utilizou o verbo acabar no passado. Ele disse 'acabou'. Portanto, olhar para frente", afirmou o magistrado a jornalistas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.