Alckmin cobra da gestão Bolsonaro dados 'não divulgados' sobre desmatamento

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), cobrou publicamente do governo Jair Bolsonaro (PL) o envio de dados sobre o desmatamento na Amazônia e Cerrado.

A fala do ex-governador de São Paulo ocorreu na tarde de hoje, em São Paulo, durante a divulgação de novos nomes que integrarão o grupo de transição do governo para as áreas de Cultura, Direitos Humanos (subgrupo crianças), Educação, Esporte, Juventude, Infraestrutura e Cidades.

Antes mesmo de abrir o evento para perguntas de jornalistas, Alckmin cobrou do governo federal a divulgação de dados sobre o meio ambiente.

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Alckmin pediu "que os relatórios do Prodes Amazônia e Prodes Cerrado, de agosto de 2021 a julho de 2022, sejam enviados para analisar as informações e tomar as medidas necessárias para os planos imediatos".

As informações servirão para auxiliar os técnicos ambientais escolhidos para realizar a transição do governo Bolsonaro para o do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mas que é o Prodes? O Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), realiza o monitoramento por satélites do desmatamento por corte raso na Amazônia Legal e Cerrado. Suas taxas anuais são divulgadas a cada 12 meses, sempre no meio do ano.

As taxas de desmatamento entre 2021 e 2022, no entanto, ainda são desconhecidos.

Questionado sobre a cobrança feita ao governo, o vice-presidente eleito afirmou que os dados ambientais já foram gerados, "mas não estão sendo divulgados".

O UOL Notícias entrou em contato com a atual gestão do governo federal, mas não obteve resposta até o momento.

Lula viaja para COP27

Alckmin também precisou responder sobre a viagem de Lula para a COP27, a conferência do clima que este ano acontece no Egito. O presidente eleito viajou hoje a bordo de um avião do empresário José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp e dono da Qsaúde.

Questionado sobre o "empréstimo" da aeronave, Alckmin afirmou que o proprietário do avião também viajou com Lula.

"A informação que eu tenho é que [o avião] não é emprestado. O proprietário está indo junto", disse. "Não tem empréstimo. E estão indo mais pessoas: ex-governador, lideranças políticas e ambientais."

A aeronave do modelo Gulfstream tem capacidade para transportar 12 pessoas e autonomia para voar direto ao país africano, que atualmente sedia a COP27.