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Líder do governo no Senado: Sem conversa PEC da Transição é salto no escuro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/11/2022 13h20

O senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do governo no Senado, criticou a falta de diálogo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe de transição com o Parlamento para a discussão da PEC da Transição. Na avaliação do senador, sem conversas que expliquem a intenção do governo eleito, a PEC é um "salto no escuro".

"O diálogo não houve. Na verdade, quem deveria estar conduzindo isso é o futuro ministro da Economia, porque sem ministro que avalize essa proposta e que nos dê dados do impacto econômico é um salto no escuro. Até agora estamos falando sobre o que não existe e com mais de três semanas não há proposta para que a gente possa se debruçar", disse durante participação no UOL News.

Portinho também afirmou que o aumento do Auxílio Brasil é um ponto de convergência entre Lula e a base de Jair Bolsonaro (PL), dizendo que através do diálogo até mesmo um aumento do salário mínimo pode entrar em pauta na PEC da Transição, mas, novamente, citou uma falta de diálogo e transparência.

"Não fui procurado pelo presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco. Os partidos de base não foram procurados, os senadores da base não foram procurados e está sendo discutido em uma bolha e estão falando em uma bolha deles próprios".

Após as críticas pela falta de diálogo e de dizer que em sua visão o limite do teto de gastos não pode exceder demasiadamente seu limite, o senador afirmou que "não se resolve quatro anos de governo em um mês".

Portinho: 'Bolsonaro se preserva ficando em silêncio'

"O presidente Bolsonaro se preserva com seu silêncio porque as manifestações nas ruas não estão lideradas por políticos e muito menos por ele. Talvez se ele tivesse falando iam associar a ele manifestações que são populares", afirmou Carlos Portinho.

O senador ainda disse que como candidato que perdeu as eleições, Bolsonaro faz bem em permanecer em silêncio, uma vez que o vencedor é quem deve falar.

"Ele perdeu as eleições e é como uma partida de futebol, você olha no placar para quem quem ganhou, você não pergunta para o adversário se ele perdeu. Aliás, quem fala na vitória é o vencedor muito mais do que aquele derrotado".

Portinho: 'Há ataques à democracia de todos os lados'

O senador ainda afirmou durante participação no UOL News que Bolsonaro não faz ataques à democracia e fez críticas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Alexandre de Moraes.

"Há ataques à democracia de todos os lados e quem deve construir uma legislação sólida para garantir a democracia é o poder a quem confere, que é o Legislativo. Não é o Judiciário", disse.

Portinho ainda deixou no ar a possibilidade de censura por parte de Moraes. "A democracia continua sendo atacada a partir do momento em que nós vivemos uma censura. Censura prévia com pessoas tendo suas páginas derrubadas sem o direito de defesa e o devido processo legal".

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