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Tales Faria

REPORTAGEM

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PT discute nesta semana com União Brasil aliança no governo Lula

O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), discute aproximação com o governo Lula - Reprodução
O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), discute aproximação com o governo Lula Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

14/11/2022 09h35

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O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse à coluna que foi procurado por integrantes do futuro governo. Nesta semana irão discutir a possibilidade de o partido integrar a base de apoio no Congresso ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O líder aponta que, com o apoio do União Brasil, o futuro governo passaria a ter maioria na Câmara e no Senado:

"Ficamos de ter uma conversa essa semana. Vamos ouvir o que eles pretendem para submeter à Executiva e bancadas na Câmara e no Senado na segunda quinzena de novembro. O certo é que, numericamente falando, em tese, o Governo só tem maioria com o União Brasil em ambas as casas."

A aliança facilitaria a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição e de boa parte dos projetos de interesse do governo Lula no Congresso, além de atrair o apoio de outros partidos do centro.

O líder deixa claro que sua sigla está aberta à discussão, mas só participará do governo caso haja de fato uma parceria:

"Somos a terceira maior bancada na Câmara e no Senado. Sem falar da qualidade dos quadros. E não participamos de Governo se não nos sentirmos parceiros. Ficamos com Collor até o fim. Ficamos em oposição ao PT o tempo todo. Ficamos independentes com Bolsonaro, mesmo tendo três filiados ocupando Ministério. Se o Governo compreender isso, e tiver compromisso com a estabilidade fiscal começa a dar liga. Não podemos também fazer oposição ao País."

A aproximação do União Brasil com o governo Lula deixa em pânico o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que pretende ser reconduzido ao cargo. Motivo: o União Brasil já tem um nome que pode concorrer, o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).

Bivar não nega que possa concorrer, mas diz que não haverá um "toma lá dá cá" com o governo em troca do cargo. À coluna, ele afirmou:

"Quanto à minha candidatura, não há nenhuma decisão. O União Brasil não tem nenhum jogo de toma lá cá. O que desejamos é contribuir para cada vez mais tornarmos rijo nosso processo institucional democrático."

O União Brasil é fruto da fusão entre o antigo PSL e o DEM. Ainda há um longo caminho a percorrer antes de qualquer acordo entre o partido e o governo Lula. Deputados e senadores da sigla votaram com o governo durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e apoiam abertamente a recondução de Arthur Lira.

Mendonça Filho (União Brasil-PE), por exemplo, declarou na semana passada a uma rádio de seu estado que é contra essa aproximação.

"Quem me conhece sabe que sempre tive um histórico de oposição ao PT. Não seria correto que eu mudasse de posição. Evidentemente que eu tenho que ser fiel ao meu eleitorado, que acreditava em mim, confiava em mim", disse. Segundo ele, o assunto "precisa passar por um debate amplo das bancadas de deputados federais, senadores e ouvindo os governadores".