Crítico do governo Bolsonaro, Consórcio Nordeste auxiliará equipe de Lula
Grupo crítico ao governo de Jair Bolsonaro (PL), o Consórcio do Nordeste — que reúne governadores de estados da região — será uma referência para algumas câmaras temáticas do grupo de transição do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O senador eleito Wellington Dias (PT), que coordena na equipe as tratativas em torno do novo Orçamento, tem sido um dos responsáveis por levar projetos que podem ser referências e nomes — como Maria Fernanda Coelho, ex-presidente da Caixa Econômica Federal — para conversas com Lula, com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB) e também com o atual presidente do consórcio, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).
Maria Fernanda Coelho é atual subsecretaria e coordenadora das câmaras temáticas de agricultura e assistência social do Consórcio Nordeste e seu nome foi anunciado na segunda-feira (14) para integrar o grupo de Cidades.
Entre os programas, considerados pela equipe como bem-sucedidos, e que podem ser usados de base para a equipe de transição é o Programa Nordeste Acolhe, que atendia crianças que ficaram órfãs em decorrência da covid-19.
Oposição
Dias presidiu o Consórcio Nordeste até dezembro do ano passado, quando passou o comando para Câmara. Nos últimos quatro anos, o grupo fez oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL), principalmente durante o período mais crítico da pandemia.
Ao final de setembro deste ano, durante os debates entre os candidatos à Presidência da República, o consórcio divulgou nota rebatendo as falas de Bolsonaro sobre a atuação dos governadores no combate do coronavírus. Eles acusaram o presidente de omissões em série e afirmaram que seu legado é a desconfiança jogada em cima da vacina, "um dos maiores instrumentos de promoção da saúde pública".
Os governadores do Nordeste também foram críticos ao projeto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), defendido por Bolsonaro, e à condução do governo em relação ao Bolsa Família. No ano passado, os governadores denunciaram que entre fevereiro e julho de 2021 houve um aumento de 25% na fila dos nove estados, que representam 36% da população que é beneficiada com o auxílio.
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