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Marina sobre recepção do Brasil na COP: Antes eram pêsames, agora é festa

Colaboração para o UOL, em Salvador

16/11/2022 19h37Atualizada em 16/11/2022 19h45

Após ser anunciada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para o grupo técnico do Meio Ambiente da equipe de transição para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) destacou em entrevista ao UOL News de hoje a recepção da delegação brasileira na conferência do clima da ONU (COP27), no Egito.

Direto de Sharm El-Sheik, no Egito, a ex-ministra do Meio Ambiente, cotada para reassumir a pasta no próximo governo Lula, afirmou que delegações e representantes dos governos dos outros países confessaram estar com "saudade" do Brasil.

"Quando a gente vinha nas COPs, as pessoas se aproximavam da gente, as várias delegações, os representantes dos governos de outros países, e se confraternizavam conosco num gesto de acolhimento quase como se fosse um ato de pêsames: 'ah, que pena que está essa situação no Brasil, eu fico pensando como a senhora está se sentindo'. Agora, foi uma verdadeira festa. As pessoas vinham e parabenizavam. Diziam que estavam com muita saudade do Brasil e que querem ajudar o Brasil", revelou a deputada eleita

Ainda durante a entrevista ao colunista Leonardo Sakamoto e ao âncora Diego Sarza, Marina revelou que fez audiências bilaterais com algumas autoridades internacionais durante o evento, como o Ministro do Meio Ambiente do Reino Unido e o enviado especial dos Estados Unidos, John Kerry, além do ministro do Japão e representantes do governo norueguês.

"São muitas pessoas dizendo que querem colaborar.[...] Nessas conversas, a gente tem direcionado para projetos emergenciais, como o combate ao desmatamento, queimadas, e toda a reestruturação de instituições como o Ibama, mas, ao mesmo tempo, nós estamos dizendo: queremos canalizar recursos para o desenvolvimento sustentável, para que o Brasil continue sendo a potência ambiental que ele é, mas também uma potência agrícola de base sustentável. Que o Brasil possa criar um ciclo de prosperidade, que ajude a gerar empregos porque temos 120 milhões de brasileiros passando fome. As pessoas têm muita consciência disso e atá mesmo investidores já estão considerando voltar a investir no Brasil", destacou a deputada.

Marina foi eleita deputada federal em São Paulo com 237.526 votos. Ela declarou apoio a Lula ainda no primeiro turno das eleições presidenciais no dia 12 de setembro. No dia anterior, Marina havia entregue ao então candidato um documento com 27 propostas voltadas ao meio ambiente, sua principal bandeira.

Marina Silva sobre assumir ministério do Meio Ambiente: 'Decisão é de Lula'

Questionada sobre se aceitaria o convite para assumir o comando do Ministério do Meio Ambiente na edição de hoje do UOL News, Marina Silva evitou responder de forma direta e voltou a afirmar que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa de tranquilidade para fazer a escolha.

"O meu desejo é de contribuir da melhor forma possível. Estou muito feliz de ter contribuindo programaticamente com aquelas propostas robustas, vistas pela sociedade brasileira toda no dia 12 de setembro, quando eu e o presidente Lula nos reaproximamos política e programaticamente, porque pessoalmente nós nunca tínhamos nos afastado", disse Marina.

Na ocasião, a ex-ministra e deputada eleita aproveitou para destacar o grupo técnico do Meio Ambiente na equipe de transição, anunciado por Alckmin hoje. Além de Marina Silva, estão no grupo Carlos Minc, Izabella Teixeira, Jorge Viana, José Carlos da Lima Costa, Marilene Correia da Silva Freitas, Pedro Ivo e
Silvana Vitorassi.

"Me sinto muito honrada de estar participando agora da comissão de transição na área de Meio Ambiente.[...] Agora é montar os grupos de trabalho, fazer todos os diagnósticos necessários e pensar estratégias para aquele que vai assumir a pasta de Meio Ambiente possa entrar ali já com o pé essencial para dar os primeiros passos. A decisão em relação a quem será o ministro é uma decisão do presidente Lula.[...] (Ele) vai ter a sabedoria de escolher quem é a melhor pessoa para liderar esse esforço", concluiu.

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