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Ignorância do bolsonarismo segue viva, diz Lula em encontro em Portugal

Lula em encontro com a comunidade brasileira no Instituto Universitário de Lisboa, em Portugal - Reprodução/Facebook
Lula em encontro com a comunidade brasileira no Instituto Universitário de Lisboa, em Portugal Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo*

19/11/2022 08h31Atualizada em 19/11/2022 15h01

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou hoje, em encontro com a comunidade brasileira no Instituto Universitário de Lisboa, em Portugal, que "a ignorância do bolsonarismo ainda está viva" ao falar sobre sua vitória contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais deste ano.

"A ignorância do bolsonarismo ainda está viva e nós precisamos derrotá-los. Mas nós não vamos utilizar os mesmos métodos que eles", disse o petista. "A gente não quer violência. A gente quer um país que viva em paz", acrescentou.

"Fábrica de mentiras" nas eleições presidenciais. Em outro trecho de seu discurso, Lula também falou sobre os "ataques" que teria sofrido durante a corrida ao Palácio do Planalto e disse que o método repetiu a estratégia que o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump usou, sobretudo nas redes sociais.

"Vocês sabem da fábrica de mentiras que foi nas eleições de 2022, que começou com o Trump nos Estados Unidos e encrustou como se fosse um marisco aqui no Brasil nas costas dessa coisa chamada Bolsonaro", afirmou o presidente.

"Vocês não têm da quantidade de inverdades, de coisas que a gente nem imaginava que as pessoas pudessem acreditar, mas as pessoas acreditavam. E nós temos que enfrentar isso", emendou.

Porque essa tal de rede social tem pouco de social. Ela é uma rede digital que tem muita maldade, tem muito mau-caratismo, muita gente do mal, utilizando uma ferramenta do bem para o mal, para falar mentira, fazer provocação. Lula em encontro com a comunidade brasileira, em Portugal

Defesa do bem-estar. Lula também aproveitou sua fala para voltar a dizer que responsabilidade fiscal é importante, mas que o investimento para melhorar a economia e o bem-estar no País também é.

"Nós sabemos que temos de ter responsabilidade fiscal. Não podemos gastar mais do que a gente ganha. Mas nós sabemos também que a gente pode gastar para fazer alguma coisa que tenha rentabilidade, para fazer o país crescer, melhorar", afirmou.

Os mercados financeiros no país despencaram nesta semana depois que a equipe de transição de Lula propôs "excepcionalizar" do teto de gastos 175 bilhões de reais para o pagamento do Auxílio Brasil a partir de 2023 no valor de 600 reais, com adicional de 150 reais por criança, sem um prazo determinado.

A proposta ainda incluiu autorização para que parte de receitas extraordinárias fique fora do teto e possa ser redirecionada para investimentos, em um limite de 23 bilhões de reais no ano que vem.

Governo com sociedade civil. Lula afirmou ainda que quer formar um governo com "mais gente da sociedade, de outros partidos" e com os que não têm filiação partidária.

Lula governou o Brasil de 2003 a 2010 e os programas sociais de seu governo tiraram milhões de pessoas da miséria.

Atenção às mulheres. Diante de um grande público feminino, chamou sua mulher, Rosângela da Silva, a Janja, à tribuna no início do evento.

Em cerca de dois minutos, a futura primeira-dama afirmou que o governo Lula dará especial "atenção e carinho" às mulheres, sobretudo às mais desfavorecidas socialmente.

Haddad defendeu "justiça social" como prioridade. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, que é um dos principais cotados para assumir o Ministério da Fazenda de Lula, também estava presente no evento em Lisboa.

"Vamos colocar como prioridade o desenvolvimento e a justiça social", disse Haddad. "Temos um desafio interno no Brasil: fazer mais e melhor do que pudemos fazer em outras ocasiões."

Retorno ao Brasil. A fala de Lula teve cerca de 30 minutos e, após o encontro, ele retorna ao Brasil após ter uma semana com agendas na COP27, a conferência climática da ONU (Organização das Nações Unidas), e reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

* Com informações da Reuters e Agência Estado