Bolsonaristas atacam filha de advogado de Lula que usava copo do petista
A jornalista Judith Aragão, filha do ex-ministro da Justiça e advogado Eugênio Aragão, que faz parte da defesa da campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi hostilizada e cercada por bolsonaristas enquanto portava um copo com adesivo do petista, em Brasília.
De acordo com o publicitário Allyson Xavier, esposo de Judith, o episódio ocorreu na porta do trabalho dele. Questionado por um internauta se ela estava bem após a situação, Allyson escreveu que ela "está calma agora, mas ainda abalada com o que aconteceu".
Segundo o colunista do Metrópoles Guilherme Amado, Judith foi cercada por bolsonaristas e questionada sobre o seu voto, além de, segundo ela, ter sido ameaçada. A jornalista teria chamado o marido e saiu com ele do local enquanto filmava os ataques.
"Me senti ameaçada e desrespeitada por minha escolha", disse, segundo o Metrópoles.
A gravação compartilhada por Amado mostra a mulher questionando o que os bolsonaristas falaram "só por causa do copo" que ela carregava. Na sequência, Judith diz que eles "teriam o direito de se expressar", assim como ela também.
"Você elegeu um bandido, de forma corrupta", diz um dos homens, que ameaçava filmar a jornalista e tentava ler o crachá dela. Outro homem aponta o celular para gravar a jornalista. "Vocês estão tentando fazer o quê comigo mesmo?", diz a mulher.
Depois, Judith continua: "Eu sou funcionária e não falo em nome da CNI". Os bolsonaristas, então, a questionam se ela não fala em nome da instituição. A jornalista responde: "A, gente, fala sério, vocês são...".
É possível ver três homens e uma mulher, com a camisa o "meu partido é o Brasil", que estavam cercando a jornalista na ocasião.
Procurado pelo UOL, o ex-ministro Eugênio Aragão criticou a ação "afrontosa, covarde e violenta" contra a filha e disse que mulheres, em especial, sofreram todo tipo de violência "incentivadas por um presidente que atacou jornalistas reiteradas vezes". Leia a nota na íntegra:
"É afrontoso, covarde e violento o modo como os apoiadores do candidato derrotado nas urnas se manifestam. Muitas pessoas durante estes quatro anos passaram pelo que minha filha passou ontem. Mulheres em especial sofreram todo tipo de violência física e psicológica incentivadas por um presidente que atacou jornalistas reiteradas vezes e que no passado disse a uma deputada federal que ela não 'merecia ser estuprada por ser feia', numa apologia clara ao crime de estupro. Felizmente os brasileiros e sobretudo, as brasileiras escolheram nas urnas um novo mandatário para nossa nação. É hora de combater o ódio, o golpismo e a intolerância com competência, justiça social e o fortalecimento da democracia."
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