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Advogado de Bolsonaro participa de ato golpista em frente ao Exército no DF

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL

22/11/2022 15h26Atualizada em 22/11/2022 15h34

Frederick Wasseff, advogado do presidente Jair Bolsonaro (PL), participou ontem de um ato golpista realizado por manifestantes bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Vídeos da participação do advogado na manifestação circularam pelas redes sociais.

Ao UOL, ele confirmou a ida ao local, mas negou que a sua atitude tenha relação com o presidente, derrotado nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No ato, que contesta o resultado das urnas e pede intervenção militar, Wassef discursou, chamou os manifestantes de "heróis" e incitou os bolsonaristas a permanecerem nos acampamentos. Ele afirmou que, em vez de esmorecerem, os protestantes devem "aumentar" a manifestação, classificada por ele como "pacífica e democrática".

"Cada um de vocês é um herói. Muito obrigado. Tenho orgulho de estar aqui. Vocês têm que continuar essa luta, gente. Aumentar e aumentar. Luta é uma palavra errada. Essa manifestação pacífica e democrática, para salvar o futuro de vocês mesmo, do Brasil", declarou.

"Vocês têm que aumentar, se multiplicar, trazer mais pessoas! Isso não pode morrer. Independente do que vai acontecer daqui a um mês ou dois, vocês têm que continuar, se fortalecer, se unir e aumentar", continuou.

Em outro momento, Frederick Wasseff alega que ele, Jair Bolsonaro e os filhos do presidente foram "perseguidos" pela imprensa e nas redes sociais com o uso de "fake news".

Visita a ato foi por 'curiosidade'. Ao UOL, Frederick Wassef disse que sua ida ao Quartel-General do Exército não tem qualquer relação com Jair Bolsonaro ou os filhos do presidente. Ele alega ter ido "na qualidade de cidadão e de advogado que preserva a lei", para "constatar se o que vem ouvindo na imprensa condiz com a realidade".

"Estou falando em meu nome. O presidente não tem nada a ver com minha ida lá, ele é meu cliente e amigo há 8 anos. Não é porque advogo para ele que não posso ir a certa manifestação", afirmou.

Segundo contou, ele viajou à Brasília para visitar um cliente e, "por curiosidade", foi conhecer o espaço das manifestações, quando foi reconhecido pelos presentes, que pediram para tirar fotos e, em seguida, começaram a fazer questionamentos, a gravá-lo, e ele "disse que o pensa".

"Aqui tem a mais verdadeira manifestação legítima e legal, democrática, ao contrário do que diz o judiciário", justificou, referindo-se aos atos golpistas como um "movimento social verdadeiro, absolutamente legal", com "múltiplos pedidos".

"Anjo". Frederick Wassef ganhou notoriedade por sua proximidade com a família presidencial e também por esconder o ex-policial militar Fabrício Queiroz, considerado pivô do caso das rachadinhas que envolve o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Queiroz referia-se a Wassef como "anjo" e foi preso na residência do advogado em Atibaia (SP) em junho de 2020.

Wassef disputou uma vaga como deputado federal por São Paulo, mas foi derrotado.