Ação do PL para anular votos 'não vai prosperar', diz Mourão
O vice-presidente da República, o senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos), disse hoje não acreditar que a ação proposta pelo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), para anular os votos de 59% das urnas, será bem-sucedida.
"Há uma parcela da sociedade que considera que o processo tem problemas. De minha parte, vejo que precisamos dar mais transparência ao processo, não bastam respostas lacônicas do TSE, teremos que evoluir", afirmou ele em entrevista coletiva durante viagem a Portugal. "Em relação a essa questão que o PL entrou ontem, julgo que não vai prosperar. É uma questão que teremos que resolver adiante".
Ontem, em uma ofensiva golpista, o PL entrou com uma ação para anular os votos de 279 mil urnas eletrônicas, para reverter o resultado da eleição presidencial e dar a vitória a Bolsonaro —que foi derrotado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para o partido, cinco dos seis modelos das urnas usados na votação não são "auditáveis", o que especialistas negam. Se considerado apenas o resultado dessas urnas, Bolsonaro teria 51% dos votos válidos, contra 48,9% de Lula. O PL porém, nega que tenha havido fraude.
A iniciativa foi prontamente respondida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cujo presidente, Alexandre de Moraes, condicionou a análise do relatório à inclusão do resultado do primeiro turno. O PL elegeu uma bancada de 99 deputados federais e oito senadores na primeira rodada das eleições.
A ação toma como base um relatório produzido pelo Instituto Voto Legal, do engenheiro Carlos Rocha. Em setembro, o mesmo instituto produziu um relatório questionando a segurança das urnas. As conclusões do documento foram classificadas pelo TSE como "falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade".
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