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OPINIÃO

Joel: Valdemar quis brincar de golpe, mas não contava com reação de Moraes

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/11/2022 13h24Atualizada em 24/11/2022 14h56

Na avaliação do comentarista do UOL News Joel Pinheiro, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, não contava com uma reação do ministro Alexandre de Moraes e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao apresentar uma ação golpista que pedia a anulação de votos em mais de 279 mil urnas apenas no segundo turno da eleição. O questionamento foi recusado e gerou multa de R$ 22,9 milhões ao partido do presidente Jair Bolsonaro.

Para ele, a ação foi uma ação populista de Valdemar com a intenção de inflar a base bolsonarista. "Valdemar da Costa Neto quis brincar de participar de golpe e manter as bases bolsonaristas mais fanatizadas engajadas", começou Joel durante participação no UOL News.

"Acredito que o Valdemar sabia que o argumento era falho e acho que ele pensou em fazer isso para agradar a base mais radical e não iria dar em nada mesmo. Mas, não contava que haveria uma reação por parte do Alexandre de Moraes, que com razão, não pode tolerar esse tipo de chicana jurídica e flerte com o golpismo como se fosse algo normal", completou.

Joel ainda afirmou que a atitude do presidente do PL ajuda a descredibilizar o sistema eleitoral e a democracia brasileira, apesar da falta de provas, e também elogiou a atitude do presidente do TSE.

"Alexandre de Moraes corretamente aplicou uma multa de pouco mais de R$ 22 milhões pelo que foi uma litigância de má-fé por parte do PL e do Valdemar da Costa Neto. Foi uma decisão correta", finalizou.

Tales Faria: Coligado ao PL, presidente do Republicanos rechaça ação de Valdemar

O colunista do UOL Tales Faria apurou que o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, não concorda com a ação apresentada pelo PL e por Valdemar da Costa Neto ao TSE questionando o resultado das eleições. Apesar de fazer parte da mesma coligação que o PL, o presidente do Republicanos rechaçou a medida.

"Mais do que não fazer parte da ação, o Marcos Pereira diz que é contra a decisão do PL. Ele explica que seu partido elegeu o governador de São Paulo e ser contra o resultado das urnas é ser contra a eleição do Tarcísio de Freitas", disse Tales.

"O Republicanos está mostrando que tem interesses diferentes do interesse do Bolsonaro e a premissa vai ser essa daqui para a frente", finalizou.

Sakamoto: Punição do TSE ao golpismo do PL pode atingir salário de Bolsonaro em 2023

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto afirmou durante participação no UOL News que a decisão do ministro Alexandre de Moraes de multar o PL em mais de R$ 22 milhões e congelar o Fundo Partidário, pode impactar diretamente no salário do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) no ano de 2023.

Após deixar a presidência, Bolsonaro recebeu uma promessa de Valdemar da Costa Neto de um cargo dentro do partido com salário que varia entre R$ 33 mil e R$ 39 mil.

"A questão é que tinha duas fontes para isso. Ou eventuais doações de militantes bolsonaristas ao PL ou o Fundo Partidário. (...) O ponto é que Alexandre de Moraes suspendeu o Fundo Partidário e congelou o Fundo Partidário do PL, só que essa é a fonte do pagamento do futuro salário do Bolsonaro. Então se isso não se resolver até o ano que vem, ele vai ter que passar o chapéu para pagar o salário do Bolsonaro", disse Sakamoto.

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