Tarcísio une secretarias e diminui influência de aliado histórico do PSDB
O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou que vai unir a Secretaria de Transporte e Logística com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Ele justificou que existe sinergia entre as áreas e adiantou que o responsável pela pasta será um técnico sem ligação com o União Brasil. O nome do titular da pasta ainda não foi divulgado.
A decisão de Tarcísio significa redução do poder que o grupo ligado ao vereador da capital Milton Leite (União) exerce sobre a área de transportes em nível estadual —ele, que é presidente da Câmara paulistana, também é bastante influente no setor no campo municipal.
A diminuição do poder do vereador era esperada porque Tarcísio obteve projeção sendo ministro da Infraestrutura na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a campanha, o governador eleito prometeu um secretariado técnico, e a área de transportes receberia um indicado de sua confiança pessoal.
O União Brasil, partido do vereador, apoiou Tarcísio somente no segundo turno da eleição. No início da disputa, esteve junto com o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que foi derrotado já no primeiro turno. Em 1º de janeiro, o PSDB deixa o governo paulista depois de 28 anos.
À disposição. Milton Leite é um dos integrantes mais poderosos da Câmara Municipal e exerceu influência sobre o setor de transportes. O vereador foi fiador da aliança entre o PSDB e o DEM —hoje União Brasil após fusão com o PSL. Com a ascensão de Garcia ao governo de São Paulo, ele ganhou prestígio no setor também no nível estadual.
Leite declarou ao UOL Notícias que respeita a posição do governador eleito e lembrou que mudanças foram um compromisso de campanha.
Questionado pela reportagem se está estaria disponível a fazer sugestões para o segundo e terceiro escalões, a sinalização do vereador foi positiva. "O que o governador decidir, estaremos contribuindo com ele."
A área de transporte e logística é considera uma das mais importantes do governo de São Paulo pelo valor dos recursos que administra em obras como o Rodoanel, a recuperação de estradas vicinais e a duplicação da Rodovia dos Tamoios. Por este motivo, especialistas defendem a exclusão de influência política e gestão de pessoal técnico.
Quem ocupará a nova secretaria? O anúncio da fusão das duas secretarias ocorreu ontem no final da tarde. Mas o nome escolhido ainda não foi revelado. A previsão é que ele seja conhecido nesta sexta-feira. A equipe de transição do governador eleito tem integrantes que preenchem os critérios estabelecidos por Tarcísio.
O administrador Rafael Benini se aproximou do governador eleito durante a campanha e tem experiência na área de transportes. Durante entrevista no segundo turno à Folha de S.Paulo, Tarcísio afirmou que pretende contar com ele e o setor escolhido seria o de transportes.
"[Benini] Foi diretor da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), tem me auxiliado, com certeza, vai estar no time", disse o então candidato ao governo em 11 de outubro.
Outra possibilidade é Arthur Lima, ex-diretor-presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), vinculada ao Ministério da Infraestrutura e responsável por concessões. Ele faz parte da coordenação da equipe de transição do governador eleito e é especialista em contratações públicas pela Universidad de Castilla-La Mancha, da Espanha.
Outro anúncio. A fusão de pastas se impunha porque durante a campanha o então candidato prometeu criar uma Secretaria de Estado dedicada à mulher e há previsão de manter o número de pastas em 28.
O nome do comandante da secretaria resultante da fusão anunciada ontem não será o único anúncio de hoje. O governador eleito declarou que vai divulgar o responsável pela Casa Civil.
Até o momento, são conhecidos os nomes do empresário Renato Feder, confirmado na Educação, e o do ex-deputado federal Eleuses Paiva (PSD) na Saúde.
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