Transição avalia proposta que dá autonomia a programa de vacinação no país
A equipe do grupo técnico de saúde da transição de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avalia a possibilidade de dar autonomia ao PNI (Programa Nacional de Imunizações). A ideia foi apresentada pelo IQC (Instituto Questão de Ciência) durante reunião em Brasília, na manhã de hoje (25).
Segundo a bióloga Natália Pasternak, que representa o grupo de cientistas, a proposta foi bem recebida pelo time que coordena a transição na área da saúde.
"A reação foi muito boa. Essa proposta, inclusive, não é original só nossa. Eles também receberam a mesma proposta da Sociedade Brasileira de Imunizações. (...) Reestruturar o PNI é algo que todas as sociedades científicas estão vendo como urgente e preocupante, dado a fragilidade de ser hoje só uma coordenação", disse ela.
De acordo com a ideia, o programa de vacinação deixaria de ser uma política pública executada por uma coordenação, pasta inferior dentro da estrutura ministerial, para se transformar em um departamento, provavelmente chefiado por um quadro técnico concursado. Isso daria autonomia à formulação de diretrizes fundamentais ao trabalho de imunização no país, afirma o IQC.
"Precisaria ser um diretor de departamento, assim como a gente tem vários departamentos debaixo da secretaria. Precisaria ser apontado como diretor de um departamento de Imunizações, deixaria de ser uma coordenação, como é hoje", disse Natália.
A bióloga afirma que a sugestão é relevante para blindar o PNI de "governos negacionistas", crítica que ela endereça à gestão do Ministério da Saúde no governo Jair Bolsonaro (PL). Durante a pandemia da covid-19, o chefe do Executivo federal sustentou narrativas antivacinação e demorou a comprar imunizantes.
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