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Após ataques de Janones, Secom pede cordialidade ao grupo de transição

André Janones (Avante) faz parte da equipe de Comunicação do governo de transição - CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
André Janones (Avante) faz parte da equipe de Comunicação do governo de transição Imagem: CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

Do UOL, em São Paulo

22/11/2022 20h21Atualizada em 22/11/2022 21h10

A Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal) divulgou uma nota pedindo "respeito mútuo" e "cordialidade" no processo de transição de governo após provocações do deputado federal André Janones (Avante). O parlamentar faz parte da equipe de Comunicação Social do grupo que prepara o próximo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"As recentes postagens, inverídicas, distorcidas e desrespeitosas, publicadas por um dos integrantes do Grupo de Trabalho relacionado à comunicação social na transição de governo, demonstram e materializam a não observância dolosa do princípio de colaboração por parte desse integrante, o que, praticamente, inviabiliza a realização de reuniões com o Grupo Temático", diz a nota.

No início da noite de hoje, Janones chamou a Secom de "quadrilha" e criticou a ausência de representantes da pasta na reunião de transição. Segundo o deputado, a Secretaria disse que não vai participar dos encontros nos quais ele estiver presente "porque estou tornando público o que eles roubaram".

"Vamos acionar a justiça pra que forneçam as informações debaixo de vara, conforme manda a lei", escreveu.

A Secom negou que esteja descumprindo as normas relacionadas à transição e garantiu que "prestou e continuará prestando, por escrito e dentro do prazo legal estipulado, todas as informações relativas à sua área de competência".

Depois da divulgação da nota, Janones respondeu ao tweet de uma reportagem sobre o assunto dizendo que não está brigando com "equipe nenhuma" mas, sim, "com uma quadrilha de criminosos". O deputado ainda disse que "não existe cordialidade com bandidos" e ironizou uma frase repetida por muitos apoiadores do governo de Jair Bolsonaro (PL): "'Bandido bom é bandido morto!' Lembram?"

Na semana passada, a Secom já havia emitido nota após falas de Janones. No último dia 17, a Secretaria afirmou em nota que as bandeiras compradas para os atos em comemoração ao 7 de setembro eram para "distribuição, preferencial, às crianças".

O comunicado foi divulgado após o deputado federal André Janones (Avante-MG) denunciar que o governo federal comprou 15 mil bandeiras para a data a um custo de R$ 4,7 milhões.

"Elas [bandeiras] representaram apenas um dos itens contratados para a celebração do dia do Bicentenário e destinaram-se à distribuição, preferencial, às crianças que compareceram ao desfile cívico, num claro objetivo de incentivar e cultivar, desde a mais tenra idade, os sentimentos de amor à Pátria", diz a nota.

A secretaria também alegou que o contrato citado por Janones inclui "todos os investimentos relacionados à estruturação da solenidade". Para a Secom, o deputado fez uma "leitura rasa" e uma "interpretação insipiente do contrato", já que o valor das bandeirinhas, segundo a pasta, "representa cerca de 3% do total indicado".

Nas redes sociais, Janones ainda acusou o governo federal de enganar sobre a empresa contratada para a confecção. De acordo com o deputado, a fornecedora indicada pelo ministério das Comunicações é diferente da que aparece no contrato.

Depois da divulgação da nota da Secom, Janones também publicou um print de um documento com a quantidade e descrição das bandeiras. O parlamentar chamou os membros do atual governo de "patriotas vagabundos" e disse que compraram "bandeirinhas pra carro com nosso dinheiro pra dar pro gado".