Secretaria de Cultura: Bolsonaro nomeia PM que foi número 2 de Mário Frias
A menos de um mês do fim de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) nomeou o policial militar André Porciuncula (PL-BA) para chefiar a Secretaria Especial de Cultura, até então comandada por Hélio Ferraz. A mudança foi publicada na edição de hoje do DOU (Diário Oficial da União).
Porciuncula foi número dois do agora deputado eleito Mário Frias (PL-SP) na gestão dele à frente da Cultura. Secretário de Fomento e Incentivo, setor responsável pela Lei Rouanet, o PM deixou a pasta no primeiro semestre para tentar um cargo como deputado federal pela Bahia, mas não se elegeu. Retornou em outubro para a Cultura, como secretário-adjunto.
A gestão de Frias e Porciuncula foi marcada por:
- um desmonte da Lei Rouanet, cujo intuito é incentivar a cultura no país;
- uma pressão para que leis benéficas para o setor, como a Aldir Blanc e a Paulo Gustavo, não fossem para a frente.
Porciuncula prometeu dinheiro da Rouanet para conteúdo pró-armas. Em abril, a Agência Pública revelou que o PM disse que daria R$ 1 bilhão da Lei Rouanet para conteúdo pró-armas. A ideia, porém, não foi para frente.
A promessa foi feita no fim de março, quando ele ainda não havia deixado a pasta para disputar as eleições, durante a Convenção Nacional Pró-Armas.
Na ocasião, Porciuncula afirmou que o governo tinha R$ 1,2 bilhão para dois "megaeventos", dinheiro que pode ser usado, segundo ele, por criadores de conteúdos pró-armas.
"Estamos lançando agora, de linha audiovisual, que vocês podem usar para fazer documentários, filmes, webséries, podcasts, para quê? Para trazer a pauta do armamento dentro de um discurso de imaginário. Trazer filmes sobre o armamento, da importância do armamento para a civilização, a importância do armamento para garantir a liberdade humana", afirmou.
No mesmo evento, como revelou o UOL Notícias, o grupo Movimento Pró-Armas declarou apoio formal às pré-candidaturas de Frias e do PM.
Xingamentos contra Paulo Coelho. Em fevereiro, Porciuncula chamou o escritor Paulo Coelho de "maconheiro" e "idiota" em resposta a uma postagem do membro da Academia Brasileira de Letras a respeito Frias ter sido cortado da comitiva de Bolsonaro com destino à Rússia.
Paulo Coelho chamou Frias e Porciuncula de "palermas" em uma postagem em sua conta no Twitter.
Fã de Bolsonaro. Porciuncula é admirador do presidente e faz diversas postagens com elogios a ele nas redes sociais.
Recentemente, depois da derrota do presidente para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele fez uma postagem dizendo que "o presidente Bolsonaro é um dos homens mais corajosos que conheci na minha vida. Quem diz o contrário é um tolo ou um crápula".
Bolsonaro e o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), estiveram ao lado dele em março, quando ele assinou sua filiação ao PL e anunciou sua pré-candidatura a deputado federal pela Bahia.
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