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Lula ironiza Bolsonaro ao beber água: 'adversário achava que era cachaça'

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em Maceió

09/12/2022 12h03Atualizada em 09/12/2022 13h01

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ironizou o presidente Jair Bolsonaro (PL) durante anúncios dos primeiros nomes de seu ministério.

Segundo Lula, Bolsonaro o acusava de esconder cachaça em garrafas de água durante atos de campanha.

Durante o pronunciamento à imprensa, hoje, em Brasília, o futuro presidente pediu uma garrafa com água para tomar e riu ao lembrar que Bolsonaro "achava" que ele ingeria álcool nas garrafas, o que foi negado enfaticamente.

"O meu adversário achava que era cachaça que eu tomava. Mesmo no tempo que eu gostava, eu não bebia na garrafa. Bebia no copinho", disse Lula, que arrancou risos dos presentes.

'Pinguço'. Referir-se a Lula como "pinguço" e "cachaceiro" foram apenas alguns dos adjetivos pejorativos usados por Bolsonaro em diversas ocasiões no período de campanha eleitoral. Os ataques foram replicados massivamente nas redes sociais por bolsonaristas e até mesmo por filhos do político de extrema direita.

Em agosto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou um vídeo que sugeria que Lula estaria bebendo cachaça em uma garrafa plástica ao participar de um ato político na USP (Universidade de São Paulo).

Entretanto, conforme o UOL Confere mostrou, o vídeo induz ao erro, pois não há evidências que possam comprovar o dito por Eduardo Bolsonaro.

Som na mira. No anúncio de seus primeiros ministros, Lula reclamou do som do evento. Segundo ele, a voz dos jornalistas estava baixa mesmo com microfone, como disse antes de uma jornalista tentar lhe direcionar uma pergunta.

"Fala mais perto do microfone", disse Lula. Em resposta, a jornalista fez o que foi pedido e ele voltou a reclamar. "Aqui não tem uma caixa de retorno. Se eu fosse artista, me recusaria a dar um show sem caixa de retorno".

Sem mulheres. Antes de anunciar os nomes dos primeiros ministros de seu terceiro mandato —todos homens—, Lula afirmou que mais mulheres, negros e indígenas ainda irão compor seu governo.

"Vocês devem estar pensando: 'presidente Lula, não tem mulheres, não tem negros'", comentou Lula. "Vai chegar uma hora que vocês vão ver mais mulheres aqui do que homens e vocês vão ver a participação de companheiros afrodescendentes aqui em pé, como estão hoje os companheiros".

Só homens por enquanto. Dos cinco ministros revelados hoje [veja lista abaixo], todos são homens e quatro são brancos — Flávio Dino se autodeclara como pardo, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A diversidade na composição dos ministérios foi uma promessa eleitoral de Lula, reafirmada durante a coletiva.

"Vai ter mulher, homem, negros, índios, vamos tentar montar um governo que seja a cara da sociedade brasileira em sua total plenitude. Não se preocupe com isso, que nós vamos montar."

Veja a seguir os nomes anunciados:

  • Ministério da Fazenda: Fernando Haddad (PT)
  • Ministério da Defesa: José Múcio Monteiro
  • Ministério da Justiça: Flávio Dino (PSB)
  • Casa Civil: Rui Costa (PT)
  • Ministério das Relações Exteriores: Mauro Vieira

Tomei a decisão porque algumas pessoas precisam começar a trabalhar
Lula em anúncio dos primeiros nomes de ministros

Quem são os novos ministros?

  • Fernando Haddad é um dos homens de confiança de Lula. Ele foi candidato ao governo do estado de São Paulo nas eleições deste ano e ministro da Educação do presidente eleito.
  • José Múcio Monteiro é ex-ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) e amigo pessoal de Lula. Ele foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, no segundo mandato do petista.
  • Rui Costa é governador da Bahia e não disputou a reeleição neste ano porque já está no segundo mandato. Ele deixou de concorrer a outro cargo público este ano por articulações do PT.
  • Flávio Dino é ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado nas eleições deste ano. Na transição de governo, coordena o GT de Justiça e Segurança Pública.
  • Mauro Vieira foi chefe do Itamaraty no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e, hoje, é embaixador do Brasil na Croácia.

Fim dos trabalhos da transição. Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente da República eleito e coordenador do governo de transição de Lula, anunciou hoje que os trabalhos das equipes serão encerrados na próxima terça-feira (13). A segunda-feira (12) será utilizada para apresentar o relatório final do governo de transição.

Calendário da próxima semana. Além do encerramento dos trabalhos, Lula e Alckmin participarão da diplomação oficial da chapa no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na segunda-feira (12).