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Mourão defende atos e diz a manifestantes: 'Fiquem firmes'

Colaboração para o UOL, em Brasília

14/12/2022 07h26

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo nesta quarta-feira (14), criticou a política econômica de governos petistas, convocou apoiadores a manterem "acesa a chama da direita" e não repreendeu os atos golpistas feitos tanto nas imediações da sede da PF (Polícia Federal) na segunda-feira (12) e que terminaram em vandalismo, quanto os que acontecem em quartéis e estradas, realizados desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Veja os principais trechos.

Apoio aos manifestantes bolsonaristas

"A minha mensagem aos manifestantes é para se apropriarem desta força, coragem e resiliência que provaram ter para permanecerem altivos, de cabeça erguida, firmes em suas convicções, unidos e diuturnamente vigilantes da nova condução que o País terá, das promessas e dos atos que virão."

"Diante dos protestos e questionamentos não respondidos das vozes de mais de 58 milhões de brasileiros sobre o sistema eleitoral, nesta semana tivemos a diplomação dos novos presidente e vice-presidente eleitos. Assumirá a condução do Brasil um governo de esquerda que já comandou o País por 14 anos e não deu certo, tendo afogado a Nação num mar de gastança e de corrupção."

"Usem os seus representantes eleitos no Congresso Nacional, como eu, que estarei no Senado Federal, para não apagar a chama da direita, que no passado recente não conseguia fazer uma oposição popular forte e consistente", escreveu.

Críticas ao Judiciário

"Críticas à atuação de magistrados, às instituições judiciárias e à confiabilidade das urnas eletrônicas, assim como manifestações populares pacíficas e ordeiras que contrariem esses agentes e instituições públicos, ainda que devidamente amparadas pela Constituição Federal, passaram a ser consideradas criminosas e antidemocráticas, com direito a prisões arbitrárias, multas descabidas, cerceamento de liberdades individuais, quebra de sigilos bancário e telemático, operações de busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias e de perfis em mídias sociais, censura prévia e remoção de conteúdos na internet."

Desde os atos com pautas antidemocráticas de 7 de Setembro de 2021, aliados de Bolsonaro têm sido alvos de decisões desfavoráveis assinadas por ministros do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) —a maior parte delas relatadas por Alexandre de Moraes.

Futura política econômica

"Quando analisamos o resultado da gastança petista, vemos que não houve retorno compatível, porque a incompetência, a má gestão e a corrupção foram a tônica. Como forma de buscar conter esse processo, o governo de Michel Temer criou a regra do Teto de Gastos Públicos, mesmo que já tivéssemos a Regra de Ouro e a Lei de Responsabilidade Fiscal."

O vice-presidente criticou ainda a política econômica de governos petistas. A manifestação ocorre depois de o presidente eleito anunciar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como futuro ministro da Fazenda.

Procurada pelo UOL para comentar as críticas, a equipe de transição de Lula e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) disse que não vai se manifestar.