Ela teve carro tomado por labareda em Brasília: 'Jogavam bombas sem parar'
A maquiadora Gabriela Braga, 29 anos, viu seu meio de transporte e trabalho ser tomado pelo fogo durante os atos de violência praticados por bolsonaristas na última segunda-feira (12) em Brasília.
Há cinco anos atendendo clientes em casa, hoje ela amarga um prejuízo de R$ 31 mil entre material de trabalho e o carro, que usava para sair de Sobradinho (DF) e rodar por toda a capital, em um percurso de, no mínimo, 20 quilômetros.
Após o último atendimento na Asa Sul na segunda-feira, Gabriela foi até um restaurante localizado no topo do B Hotel, no Eixo Monumental, região central da cidade, de onde viu tudo acontecer.
"Colocaram fogo em um ônibus, depois em carros, arrancaram placas. Estava ao telefone com minha mãe, avisando que não conseguia voltar para casa, quando olhei para o lado e vi um fogo bem alto, era o meu carro", contou Gabriela ao UOL.
Ela relata que entrou em desespero pelas cenas que presenciou.
"Não conseguia nem sair do hotel por causa das bombas que jogavam sem parar. Ficamos cerca de duas horas até que a polícia chegou. Foram cenas de horror, que eu nunca imaginei que iria presenciar no centro de Brasília. Na hora me desesperei e só pensava 'meu Deus, como vou fazer agora para levar o sustento para casa?'", conta Gabriela, que é mãe solo de duas crianças.
Em um esforço coletivo para que ela consiga recuperar os bens perdidos e volte a trabalhar, a maquiadora contou com a solidariedade dos amigos, que criaram uma "vaquinha" online e aberta para quem quiser contribuir.
"Antes de tudo acontecer, eu já estava passando por várias dificuldades e ver o carro pegando fogo me fez pensar que era o fim, mas, por mais que tenham pessoas ruins, há muitas boas também", diz a maquiadora.
Esse tipo de ato não é democracia. Acho muito injusto atingirem gente de bem, que não tem nada a ver com os ideais deles.
Gabriela Braga
Até a noite de quarta-feira, as doações chegavam a R$ 43.781,21, dos R$ 50 mil estabelecidos, com um total de 892 apoiadores.
O que aconteceu?
Os ataques começaram após a prisão de José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Serere, que organizava protestos contra o resultado das eleições. As entidades que representam a Polícia Federal (PF) repudiaram na última terça-feira (13) os atos, e a ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) e a Fenadepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) cobraram punição dos autores.
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