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OPINIÃO

Bombig: Fala de preso no DF mostra responsabilização política de Bolsonaro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/12/2022 14h31Atualizada em 26/12/2022 15h24

O presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser responsabilizado politicamente pelas tentativas de atos de terrorismo vistas no Distrito Federal nos últimos dias, na opinião do colunista do UOL Alberto Bombig.

Para Bombig, discursos de Bolsonaro nos últimos quatro anos inflaram e incentivaram atos como os vistos no final de semana.

George Washington de Oliveira Sousa foi preso sob a acusação de tentar explodir um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília no sábado (24). Ele afirmou à Polícia Civil que falas de Bolsonaro o incentiravam a ter armas e planejar o ato de terrorismo.

Obviamente neste momento não tem uma ligação que possa ter uma comprovação de uma responsabilidade jurídica ou criminal, mas há uma responsabilização política do Bolsonaro. Não há dúvidas de que o depoimento dele responsabiliza o que o Bolsonaro e o bolsonarismo pregaram durante esses quatro anos no Brasil
Alberto Bombig

Lobo solitário. Após o suspeito ter citado uma segunda pessoa em seu depoimento, Bombig afirmou que a ação terrorista não foi algo orquestrada por apenas um "lobo solitário". O colunista do UOL afirmou que há uma elaboração de um plano, com viés terrorista, para tumultuar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e "gerar caos". "É uma ação deliberada que tem começo, meio e fim, e busca chegar em algum lugar. Há um planejamento", afirmou Bombig.

Responsabilização. Bombig ainda afirmou que os responsáveis por difundir um discurso de ódio no Brasil nos últimos quatro anos devem ser chamados e devem se pronunciar para ajudar a desmobilizar o clima de terror e tensão que se instalou pelo país.

'Boquinha' de aliados nomeados por Bolsonaro na reta final do governo pode ser temporária, diz Carla

O tenente Mosart Aragão foi nomeado hoje por Bolsonaro para a função de assistente técnico militar na coordenação-geral de Saúde da Diretoria de Gestão de Pessoas mas, para a colunista do UOL Carla Araújo, as nomeações feitas pelo atual presidente devem ser apenas temporárias, uma vez que Lula está próximo de assumir a presidência.

"São nomeações de livre escolha do presidente da República, então mudando o presidente, o presidente pode não nomear. Então é aquela 'boquinha' que pode ser temporária, aquela coisa só para ganhar um trocadinho mesmo porque vai ficar poucos dias. (...) imagino que esses aliados de primeira hora do Bolsonaro, o governo Lula vai acabar exonerando".

Bombig: Tebet é fundamental para mostrar que governo Lula não será só do PT

Bombig afirmou que Lula está demorando para resolver a situação de Simone Tebet (MDB) em relação ao cargo de ministra de qual Ministério ela ocupará, e que isso pode passar a sensação de que Tebet está sendo preterida.

Ele destacou ainda que a emedebista é peça importante para a sinalização de uma frente ampla que se uniu para vencer Bolsonaro, mas que essa frente ampla pode acabar se desfazendo antes mesmo da posse de Lula caso Tebet não seja nomeada ministra.

"É muito importante Lula desatar esses nós e continuar dando esse sinal de que não será um governo só do PT. O papel da Simone é esse. A Simone seria uma peça fundamental para o Lula dizer que tem bastante petista, mas que não será um governo só do PT".

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