Com 3 pastas robustas, MDB vê participação no governo como volta ao poder
O MDB tem encarado o ingresso robusto no governo Lula (PT), com três ministérios importantes, como um retorno ao poder que, desde a redemocratização, só deixou de frequentar, em parte, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
O partido levou a melhor na queda de braço com a base aliada durante a formação ministerial, em dezembro. Com pelo menos metade dos caciques e de seus diretórios apoiando Lula desde o primeiro turno de 2022, a sigla conseguiu angariar o segundo maior número de pastas no novo governo, ao lado do PSB, que compõe a chapa majoritária, e o PSD.
Sob a forte aliança do senador Renan Calheiros (MDB-AL) com Lula e a presidência de Baleia Rossi (MDB-SP) em diálogo constante com a da petista Gleisi Hoffmann (PT-PR), o partido conseguiu vagas ministeriais das mais cobiçadas entre as 37 do novo governo:
- Planejamento, pasta central da Economia, com Simone Tebet;
- Cidades, de diálogo constante com municípios, com Jader Filho;
- Transporte, com grande orçamento e diálogo constante com os estados, com Renan Filho.
O MDB, hoje, celebra a democracia. Depois de quatro anos, o MDB definiu ter uma ação colaborativa com o novo governo. Nós agradecemos a confiança do presidente Lula e emprestamos três dos nossos melhores quadros."
Baleia Rossi, na posse de Renan Filho
O partido —que legitimou um racha aberto durante as eleições do ano passado— volta a aparecer unido nas posses de Renan e Jader (como deverá ser com Simone no Planejamento), somando caciques, antigos aliados de Lula, ex-desafetos do PT e até bolsonaristas. Grupos de diversas alas se reuniram para saudar os correligionários, sob a batuta de Baleia e do ex-presidente José Sarney (MDB), liderança histórica da sigla.
Não à toa, os emedebistas andam sorrindo por Brasília. Alguns até aplaudem e concordam quando, nos discursos, alguém do governo chama o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de golpe —em indireta ao ex-presidente Michel Temer, cacique do partido, que odeia o termo.
Nos corredores, parlamentares e autoridades do MDB diziam com prazer "voltamos ao poder" e diziam que a estabilidade, rara em uma sigla tão grande, estava "vindo para durar".
Seja na composição das mesas, seja nas primeiras filas da plateia, uniam-se:
- Renan e Tebet, cujos grupos se alfinetaram durante a disputa eleitoral;
- O ex-senador Romero Juca (MDB-RR), aliado de Temer e antigo desafeto de Dilma;
- O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), bolsonarista convicto, que já discursou em atos que pediam cassação de ministros do STF.
De olho na faixa
Com entusiasmo para o novo governo, o partido olha também para as vagas futuras. Baleia disse em diversos momentos, durante a disputa presidencial, que já havia passado da hora do partido voltar a ter uma candidatura própria forte — agora, mais de um nome se articula.
Simone Tebet é o primeiro nome natural. Terceira colocada nas eleições de 2022, ganhou ainda mais destaque nacional ao abraçar a campanha de Lula logo após o primeiro turno com um forte discurso social e democrático. Durante os eventos, seu nome é amplamente aplaudido e elogiado.
Renan Filho se projeta para o futuro, com apenas 43 anos e mais oito garantidos no Senado. O MDB do Nordeste, liderado pelo grupo do pai, tem trabalhado os bons resultados do seu governo em Alagoas para gabarita-lo como um gestor eficiente e articulado.
O governador paraense Helder Barbalho tem a mesma marca, também aos 43 anos e também com um cacique por trás —o pai, senador Jader Barbalho (MDB-PA). Em 2022, Helder foi reeleito com a maior margem do país (70,4%) e o governo atrelado a gestão eficiente e responsável.
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