Topo

GSI foi invadido por bolsonaristas, mas Abin não. Qual a diferença?

Armas guardadas em caixas no GSI foram roubadas por extremistas que invadiram o Palácio do Planalto - Reprodução
Armas guardadas em caixas no GSI foram roubadas por extremistas que invadiram o Palácio do Planalto Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

09/01/2023 15h15

Bolsonaristas extremistas conseguiram entrar na sala do GSI e não na parte da Abin, segundo informou a jornalista Andreia Sadi, da Globo. Conforme publicado, a Polícia Federal suspeita que membros do GSI podem estar, inclusive, ligados aos manifestantes.

Mas qual a diferença entre GSI e Abin?

O Gabinete de Segurança Institucional é o órgão do governo brasileiro responsável pela assistência direta e indireta ao Presidente da República em assuntos militares e de segurança.

Ele possui duas funções vitais: os serviços de inteligência e o núcleo de proteção e segurança física do presidente da república, vice-presidente e os seus familiares.

Nasceu durante o governo Fernando Henrique Cardoso, em uma reestruturação que criou o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e o seu órgão central chamado de Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

É uma estrutura ágil, bem treinada e com canais comunicantes com as Forças Armadas e policiais, para a proteção do chefe de Estado, incluídos os deslocamentos internacionais.

Considerada estratégica, hoje a pasta tem status de ministério e coordena, entre outras coisa, as atividades de segurança da informação, incluindo a segurança cibernética. Em janeiro, por exemplo, ficou responsável pela investigação ao ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde.

As principais funções são:

  • prevenir a ocorrência, articular o gerenciamento de crises, analisar e acompanhar questões com potencial de risco à estabilidade institucional;
  • coordenar as atividades da inteligência nacional e de segurança da informação e das comunicações;
  • assessorar assuntos militares;
  • coordenar a segurança pessoal do presidente, vice e familiares de ambos;
  • coordenar as equipes de segurança dos palácios e residências oficiais;
  • acompanhar assuntos referentes a terrorismo e sobre infraestrutura crítica;
  • exercer a posição de autoridade nacional de segurança em tratados e acordos internacionais que envolvam troca de informação sigilosa.

Durante o governo de Dilma Rousseff, o GSI perdeu status de ministério e ficou sob a Secretaria de Governo da Presidência. Em 2019, no governo de Jair Bolsonaro, a pasta voltou a ganhar um ministro comandado por militares, o general Augusto Heleno. Agora, o presidente eleito estuda formas de desmilitarizar o órgão.

A avaliação é a de que em outros países as áreas de inteligência e de segurança do chefe do Executivo estão sob a tutela de civis.

O que é a Abin?

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) fica dentro do Gabinete de Segurança Institucional e é responsável pelo serviço de inteligência do país.

Foi criada em 1999 para ser o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Seu objetivo é dar informações estratégicas e confiáveis ao Executivo Federal, relativas à segurança do Estado, da sociedade brasileira, à defesa externa, às relações exteriores.

Tudo isso para evitar possíveis ameaças e agir nos seguintes campos:

  • Proteção das fronteiras nacionais;
  • Segurança de infraestruturas críticas;
  • Antiespionagem;
  • Terrorismo;
  • Proliferação de armas de destruição em massa;
  • Políticas estabelecidas com outros países ou regiões;
  • Segurança das informações e das comunicações;
  • Defesa do meio ambiente;
  • Proteção de conhecimentos sensíveis produzidos por entes públicos ou privados;

A agência é fiscalizada por controle externo, exercido pelo Congresso Nacional, que possui uma comissão mista de senadores e deputados para isso: a CCAI (Comissão Mista de Controle da Atividade de Inteligência).

Veja as imagens do ataque terrorista em Brasília