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Líderes do PT vão ao STJ contra Zema por fala sobre 'vista grossa' em 8/1

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais - Reprodução/Twitter
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais Imagem: Reprodução/Twitter

Colaboração para o UOL, em Maceió

17/01/2023 20h06Atualizada em 17/01/2023 21h16

Os deputados federais Reginaldo Lopes (PT-MG) e Zeca Dirceu (PT-PR), atual e futuro líder do governo na Câmara, respectivamente, acionaram o Superior Tribunal de Justiça contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para que prove a acusação de que a gestão do presidente Lula (PT) teria feito "vista grossa" para os ataques de bolsonaristas em Brasília no dia 8 de janeiro.

Na ação, os líderes do PT pedem que Zema explique em até 48 horas "as declarações mentirosas e irresponsáveis sobre a atuação do governo diante das manifestações terroristas do dia 8/1".

Segundo Reginaldo Lopes, supor que o governo federal teria feito "vista grossa" para posar de "vítima" é uma ideia "absurda", além de se configurar como "mais um ataque aos poderes".

O deputado afirma que o governador mineiro "precisa ter responsabilidade e apresentar esclarecimentos sob pena de responder criminalmente".

"Vista grossa". Em entrevista à rádio Gaúcha ontem (16), Romeu Zema insinuou que o governo federal teria feito "vista grossa" para os atos de vandalismo na capital federal, torcendo para que acontecesse o "pior", para que pudesse posar de "vítima".

"Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez até proposital do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão se foi isso", declarou.

Ainda, o governador mineiro, que no segundo turno da disputa presidencial se aliou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defendeu que aqueles que foram pegos em atos de vandalismo sejam presos, mas criticou a detenção dos golpistas que estavam "se manifestando de forma ordeira".

Você confundir um cidadão de bem com um depredador é erro gravíssimo. Que se puna essas pessoas que fizeram o vandalismo. Agora, estender isso a esses que estão se manifestando de forma ordeira, é uma situação muito distinta."

Insinuações sem base. A fala de Zema também foi rebatida pelo ministro chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Paulo Pimenta (PT), que chamou as declarações de "insinuações sem base".

Nas redes sociais, Pimenta afirmou que esse tipo de posicionamento feito pelo governador mineiro "não contribui" para pacificar o país.

Para ele, a fala de Zema também seria uma "teoria da conspiração" que impulsionou extremistas bolsonaristas "a ventilarem fake news sobre infiltrados" nos atos golpistas.