'Pensou até em vender': menina transforma apontador em caminhão do patriota
"Ela até pensou em fazer para vender", diz Fábio Alencar, de 47 anos, sobre o invento da filha, de 13. Maria Luísa resolveu customizar o próprio apontador.
Não colocou suas iniciais nem desenhos adolescentes: transformou o objeto escolar em uma miniatura de caminhão e inseriu um pequeno "patriota" pendurado na "cabine do motorista".
Qualquer pessoa que tenha acompanhado o cenário político brasileiro nos últimos meses logo se lembra do caso que motivou a arte da menina: em novembro, um empresário de 41 anos se pendurou na parte externa de um caminhão em protesto contra o resultado das eleições e percorreu cerca de 6 km em Caruaru (PE).
"Na hora pensei: 'não posso guardar isso só pra mim, meus amigos têm de ver o que essa figurinha foi capaz de fazer'", contou o pai de Maria Luísa, um jornalista e designer de Manaus, ao UOL.
Ele foi o responsável por fazer um apontador ganhar 440 mil visualizações e quase 60 mil curtidas no Twitter.
Fábio conta que a filha assistiu ao vídeo do manifestante bolsonarista pendurado no caminhão pelos canais de notícia e depois acompanhou os memes do "patriota" em vários outros contextos.
Segundo ele, Malu primeiro achou loucura alguém arriscar a própria vida para tentar mudar uma eleição. "Depois, com os memes, passou a achar engraçado."
A ideia de customizar o apontador surgiu após a filha juntar os materiais usados em 2022 para reaproveitar este ano.
De azul, ela desenhou a calça do personagem e a janela do caminhão. Usou a cor preta para as rodas e passou até esmalte. "Para fixar e não desmanchar", disse aos pais.
O invento recebeu pedidos de compra nas redes sociais.
Ela até pensou em fazer mais, para vender, mas depois viu que não ia conseguir atender à demanda com a qualidade que queria e decidiu que o apontador dela seria filho único
Fábio Alencar
"Quando soube que já tinha batido mais de 400 mil visualizações e com mais de um milhão de impressões ela ficou muda, de boca aberta", diz Fábio.
Crianças e política
Para o pai, as crianças estão sendo inseridas na política de forma incorreta: ele acredita que é preciso educação política nas escolas, reforçar a tolerância e valorizar a democracia.
"Desde cedo, ficam ensinando a odiar. Vi um vídeo de uma criança dizendo que tinha de 'varrer os esquerdistas do mapa', sendo que provavelmente ela nem tem noção do que é direita e do que é esquerda."
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