'Enterrar esse canalha': quem são os bolsonaristas réus por bomba no DF
Três bolsonaristas se tornaram réus por planejar o atentado com bomba colocada em um caminhão nos arredores do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro. O empresário George Washington de Oliveira, o primeiro suspeito identificado, foi preso no mesmo dia e apontou dois cúmplices.
Um dos acusados, o eletricista Alan Diego dos Santos, se entregou ontem à polícia de Mato Grosso. O trio é completado pelo jornalista Wellington Macedo de Souza, que está foragido. Eles moravam em partes diferentes do país, mas se uniram nos acampamentos bolsonaristas em Brasília, passando mais de 1 mês na cidade antes de tentar executar o ato terrorista. Saiba mais sobre os acusados:
George Washington de Oliveira Sousa, 54
- Empresário do ramo de gás, foi o primeiro a ser preso por tentativa de atentado.
- Natural do Pará, ele alugou um apartamento em Brasília em novembro.
- George dividia seu tempo entre o imóvel e os acampamentos bolsonaristas.
- Confessou ter montado o artefato explosivo nos arredores do aeroporto da capital federal.
- Tinha registro CAC, cedido a colecionadores e praticantes de tiro esportivo, e calculou o gasto de R$ 170 mil em armas.
- Mulher do réu o definiu como uma "pessoa pacifista" e disse ter ficado chocada com a prisão.
- Já nas redes sociais, ele fez inúmeras postagens de ódio contra o presidente Lula, afirmando que queria "enterrar esse canalha".
- Está preso desde 24 de dezembro, poucas horas depois de explosivo ser interceptado.
Alan Diego dos Santos
- Foi apontado por George como auxiliar na montagem do explosivo.
- Concorreu a vereador de Comodoro (MT) em 2016, mas não conseguiu se eleger.
- Após ser ligado ao plano terrorista, foi expulso do PSD (Partido Social Democrático).
- Deixou sua casa em Mato Grosso também em novembro para se juntar aos acampamentos em Brasília.
- Eletricista de formação, fez bicos como taxista, mas estava desempregado antes da viagem.
- Em entrevista à TV Centro América, a mãe de Alan disse que o filho é "cristão" e nunca tinha se envolvido com violência.
- Mas vídeos feitos nas manifestações antidemocráticas mostram o homem participando ativamente de atos de vandalismo.
- Com mandado de prisão expedido pelo atentado, ele estava foragido até ontem, quando se entregou à polícia de Mato Grosso.
Wellington Macedo de Souza
- Foi localizado no local do atentado pelo GPS de sua tornozeleira eletrônica.
- Cearense, trabalhou como guia de turismo em Fortaleza no início dos anos 2000.
- Migrou para o jornalismo em 2004.
- Em 2019, foi assessor de comunicação no Ministério dos Direitos Humanos, sob comando de Damares Alves.
- Foi preso pela Polícia Federal suspeito de articular e financiar um ato antidemocrático no dia 7 de setembro de 2021.
- Wellington saiu em outubro do mesmo ano do presídio da Papuda, mas deveria ficar em prisão domiciliar.
- Em 2022, concorreu a deputado federal pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) de São Paulo, se apresentando como "preso político" -- ele não foi eleito.
- Frequentou o acampamento em Brasília aparecendo em lives no local durante novembro.
- Após fracasso do plano, Wellington retirou tornozeleira e é considerado foragido.
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