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Palco de crise yanomami, Roraima proibiu destruir equipamentos do garimpo

Bebê da comunidade Kataroa é atendido em unidade de Surucucu, na terra indígena yanomami (RR) - Antonio Alvarado/@antonioalvaradoc/Urihi Associação Yanomami
Bebê da comunidade Kataroa é atendido em unidade de Surucucu, na terra indígena yanomami (RR) Imagem: Antonio Alvarado/@antonioalvaradoc/Urihi Associação Yanomami

Do UOL, em São Paulo

23/01/2023 10h14Atualizada em 23/01/2023 13h34

Lei foi sancionada em julho do ano passado pelo governador Antonio Denarium (PP), que chegou ao governo do estado em 2018 pelo PSL, então partido de Bolsonaro, e se reelegeu no passado para mais quatro anos de mandato.

Fica terminantemente proibido aos órgãos ambientais de fiscalização, Polícia Militar do Estado de Roraima e da Companhia independente do Policiamento Ambiental - CAPA, a destruição e inutilização de bens particulares apreendidos nas operações/fiscalizações ambientais no estado." Artigo de Projeto de Lei aprovado por Antonio Denarium

Segundo o texto, aprovado em junho pela Assembleia Legislativa, os órgãos de fiscalização do estado também ficam proibidos de acompanhar a destruição pela União de bens particulares apreendidos em operações ambientais.

Roraima foi o estado que Bolsonaro registrou maior vantagem sobre Lula nas eleições. No segundo turno, o ex-presidente registrou 76,08% dos votos, enquanto o petista ficou com 23,92%.

O estado também é o local onde a PF (Polícia Federal) investiga possíveis de crimes ambientais e de genocídio contra a população yanomami.

O anúncio foi feito ontem pelo ministro Flávio Dino (Justiça) após o Ministério dos Povos Indígenas informar que 570 crianças yanomamis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, "devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região".

Na última sexta-feira (20), O Ministério da Saúde também decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os yanomamis.

A região é palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas, além de denúncias de negligência do governo do Estado e da antiga gestão Bolsonaro.

Lula viajou a Roraima no final de semana. Durante a viagem, feita avaliar como estava a situação do estado, o presidente criticou Bolsonaro (PL) por priorizar motociatas e ter "abandonado" os yanomamis.

É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está."

No Telegram, o ex-presidente respondeu o ataque de Lula e chamou as acusações das quais foi alvo de "farsa da esquerda".