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PSOL aciona MPF contra Bolsonaro por uso de cartão corporativo em motociata

O então presidente Jair Bolsonaro em motociata na orla de Vila Velha, no Espírito Santo - RENATO CABRINI/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O então presidente Jair Bolsonaro em motociata na orla de Vila Velha, no Espírito Santo Imagem: RENATO CABRINI/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

24/01/2023 16h16Atualizada em 24/01/2023 16h45

A deputada federal eleita Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou uma notícia-crime junto ao MPF (Ministério Público Federal) referente às motociatas de Jair Bolsonaro (PL), pagas no cartão corporativo quando ele era presidente.

Erika apontou o preço dos atos, que custaram cerca de R$ 100 mil cada um aos cofres públicos, o desrespeito a normas de trânsito e a recusa ao uso de máscara durante a pandemia da covid-19.

A deputada eleita pediu que sejam devolvidos à União "ao menos R$ 182.909,83 gastos durante os eventos e que Bolsonaro seja investigado por improbidade administrativa".

Na notícia-crime, Erika relatou o seguinte sobre a motociata de 12 de junho de 2021, chamada "Acelera para Cristo", em Jackson Vilar (SP):

  • Em um dia, foram gastos R$ 79 mil: R$ 63 mil em hospedagens e R$ 16 mil em alimentação;
  • Bolsonaro foi acompanhado pelo então ministro Ricardo Salles e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP);
  • No caminho, o ex-presidente e motoqueiros violaram o Código de Trânsito, com "motos sem placas ou com a identificação coberta";
  • O decreto do uso de máscaras, na época em vigor no estado de São Paulo, foi violado.

A deputada eleita também cita outra edição da mesma motociata em Jackson Vilar, dessa vez em 15 de abril de 2022.

Neste dia, foram utilizados R$ 103.042,29 do cartão corporativo presidencial, que se dividiram em: R$ 2.614,61 em combustíveis e lubrificantes automotivos; R$ 64.459,93 em alimentação e R$ 35.967,75 em hospedagens".
Notícia-crime do PSOL ao MPF

Gastos em padarias. Esse tipo de estabelecimento era um dos preferidos por Bolsonaro e sua equipe no uso do cartão corporativo.

Em São Paulo, na padaria Tony e Thays, há registros de R$ 126 mil gastos em 102 compras de lanches. Na padaria Santa Marta, no Rio de Janeiro, o ex-presidente efetuou 24 compras ao custo de R$ 364 mil. Os hotéis onde as equipes do ex-presidente se hospedavam tinham diária média de R$ 100 e R$ 250.

Motociatas financiadas por cartão corporativo. As diversas motociatas realizadas pelo ex-presidente nos últimos quatro anos tiveram um custo médio de R$ 100 mil cada aos cofres públicos, por meio do cartão corporativo do governo federal.

As informações foram adiantadas pelo jornal Estado de S.Paulo e confirmadas pelo UOL com base nos documentos obtidos pela agência Fiquem Sabendo.