Múcio: Maior erro foi não impedir ônibus com golpistas em acampamento no DF
O ministro da Defesa, José Múcio, avaliou que o maior erro do 8 de janeiro foi o Exército ter permitido a entrada de ônibus com golpistas no acampamento em frente ao quartel-general em Brasília.
Em entrevista à GloboNews, ele ressaltou a importância de reestabelecer a relação de confiança com as Forças Armadas.
Se eles tivessem ficado do lado de fora, em uma praça qualquer, o problema era da polícia do GDF [Governo do Distrito Federal]. Como entrou no território do Exército, parece que eles se multiplicaram e aí aconteceu aquela vergonha."
José Múcio, ministro da Defesa
Ele disse que há investigação para saber se o erro foi proposital. "Se tivéssemos impedido [a entrada dos ônibus], talvez hoje não estivéssemos falando sobre isso. Houve uma série de erros que, infelizmente, nos machucam até hoje. Todos terão que pagar", afirmou.
O ministro disse que o início da relação com as Forças Armadas foi complicado, mas se mostrou otimista com o futuro. "Comecei a trabalhar no Ministério da Defesa 40 dias antes de tomar posse como ministro. Estive com todos os comandantes no início, com muita dificuldade de ser recebido, um ambiente muito hostil", relatou. "Não era um ambiente bonito, não podia dizer que ia discutir, tinha que criar um 'link' qualquer para criar um critério de confiança. Não me arrependo."
Ele afirmou ainda que, com a troca da chefia do Exército, espera que a relação com as Forças Armadas entre numa nova página.
Eles [militares] têm respeito às instituições, sabem que o presidente da República é o comandante-chefe das Forças Armadas e tudo será pacificado. É preciso fazer isso para fazer o que o Brasil espera das Forças Armadas."
No último sábado, o presidente Lula (PT) demitiu o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, e indicou o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva para o posto.
Múcio afirmou que foi ele quem determinou a substituição para restabelecer a relação de confiança. "Precisamos mudar a página", disse.
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