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Atos golpistas de 8/1 tiveram muitas coincidências juntas, diz interventor

Vinícius Nunes

Colaboração para o UOL, em Brasília

27/01/2023 15h17Atualizada em 27/01/2023 17h50

O interventor da Segurança Pública do Distrito Federal Ricardo Cappelli disse hoje (27) que os fatos que levaram à manifestação golpista de 8 de janeiro, em Brasília, tiveram uma "série de coincidências juntas".

Havia oito comandantes de batalhões da Polícia Militar do Distrito Federal em férias no dia do ato bolsonarista, segundo o interventor. Havia outro também em licença remunerada.

Além disso, o Capelli disse que não houve plano operacional da segurança pública para coibir os golpistas.

Há muitas coincidências juntas. Há o [ato golpista do] dia 12, há a bomba [nos arredores do aeroporto de Brasília]. Não acredito em coincidências e sim em teoria da conspiração. E teoria da conspiração não deixa rastros" Ricardo Cappelli

Ainda de acordo com Cappelli, não foram acionados batalhões importantes no dia da manifestação, como o Bope ou o BPCães (Batalhão de Policiamento com Cães).

No dia 8 de janeiro eram apenas a 555 homens das forças policiais mobilizados para a área da Esplanada, segundo Cappelli. "Mas se você vir as imagens, parece que não são nem 150", disse o interventor.

Relatório

Ricardo Cappelli finalizou hoje o relatório sobre o ato golpista de 8 de janeiro. O documento será entregue ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

A entrega do relatório final foi adiada em um dia. Era prevista para ontem (26), mas foi necessário mais tempo para incluir as imagens do vandalismo coletadas pelas câmeras do STF, divulgadas na quarta (25).

Até agora, 254 pessoas foram denunciadas. Somente hoje, o Ministério Público Federal denunciou mais 150 suspeitos de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília. Naquele dia, bolsonaristas radicalizados invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes.