'Erro foi de comando, não de ação': governadora do DF critica ideia de Dino
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), defendeu hoje que a federalização da segurança pública do Distrito Federal "não é o caminho" para assegurar a proteção de prédios dos Três Poderes. Essa foi uma das medidas discutidas após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Tenho defendido que a federalização não é o caminho. O caminho é sempre ter uma segurança pública institucional, como acontece hoje. O erro foi de comando, não de ação"
Governadora em exercício Celina Leão
A declaração foi dada em frente ao Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Lula (PT). Segundo ela, no entanto, o assunto não foi tratado durante o encontro.
Governo federal não quer federalização. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o governo não defende a federalização da segurança pública do DF. Ele defendeu, no entanto, que as propostas nesse sentido que tramitam no Congresso Nacional sejam avaliadas pelos parlamentares.
"A simetria que nós buscamos é muito similar ao que acontece em Washington D.C., onde você tem a convivência de uma polícia com a atuação de forças federais, por ser a capital dos Estados Unidos", afirmou.
Aqui, do mesmo modo, essa Guarda Nacional ficaria restrita, segundo a nossa proposta, à atuação em algumas áreas do Distrito Federal, e o restante da segurança pública continuaria com o GDF
Flávio Dino
Criação de Guarda Nacional. Na quarta-feira (25), Dino havia afirmado que apresentaria, nos próximos dias, uma proposta de criação de uma Guarda Nacional permanente e de segurança pública para proteger os prédios públicos federais no DF.
Segundo ele, a criação da nova corporação federal foi um pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Ele [presidente] acha que a Força Nacional, como algo temporário, não cumpre o papel adequado. Ele próprio pediu a redação. Nós redigimos, está pronta. Será uma instituição dedicada à segurança das áreas cívicas, mas poderá atuar em áreas de fronteira, territórios indígenas e unidades de conservação. Será parecido com a Força Nacional, mas com comando próprio, com cultura, enfim", afirmou Dino.
A governadora criticou nesta sexta-feira (27) a proposta. Em entrevista a jornalistas, ela disse que a Polícia Federal é capaz de realizar operações para evitar que manifestações antidemocráticas como as de 8 de janeiro se repitam.
Não concordamos com a criação dessa Guarda Nacional. É mais uma força de segurança a ser administrada aqui pelo Distrito Federal, ainda que em parceria com o governo federal. A nossa Polícia Militar dá conta, sim. A PM nunca faltou em nenhuma manifestação que tivemos aqui. Então não concordamos com a criação dessa guarda. Acho que o reforço e a construção de um novo batalhão da Polícia Militar vão resolver o problema"
Celina Leão, governadora em exercício do DF
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