'Na minha gaveta, nunca pulou minuta', diz Lira sobre propostas golpistas
O presidente da Câmara dos Deputados negou ter tido qualquer acesso a minutas golpistas feitas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) depois das eleições.
Absolutamente esse assunto nunca chegou no Parlamento e na Câmara. Nunca ninguém teve a ousadia de tratar de um assunto como esse, teria tido rechaça imediata. Na minha gaveta, nunca pulou minuta, [nem em] computador e em celular"
- O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse em entrevista que "tinha na casa de todo mundo" propostas para anular a vitória de Lula (PT) de forma inconstitucional
- Uma dessas minutas foi encontrada na casa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro
Lira, que fez a declaração durante entrevista à GloboNews, também disse que a Câmara "jamais compactuaria com um acinte à democracia".
- Ele disputa amanhã, com o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), a presidência da Câmara dos Deputados
Arthur Lira também relembrou o que mais o "machucou" após a invasão de apoiadores golpistas de Bolsonaro às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro:
O que mais doeu naquela madrugada, que eu saí da Câmara às 3 da manhã, é que aquela casa nunca fechou suas portas em nenhum momento, nem na pandemia. Aquilo machucou e marcou. Sempre vou ter a firmeza de afirmar que aqueles que participaram do ato não representam direita, esquerda, centro — são extremistas e terroristas"
Lira diz que sua candidatura é "início de pacificação"
O presidente da Câmara definiu sua atuação nos últimos dois anos como "previsível" e "sem sobressaltos", priorizando diálogos com líderes partidários e sempre preferindo levar projetos ao Plenário após uma ampla discussão sobre os temas — como ocorre em comissões da Casa.
"Nosso debate tem que ser árduo, duro, mas no campo das ideias, não nas lutas que foram travadas nas últimas eleições", disse. "Eu tenho muita tranquilidade nas minhas posições, meus limites sempre foram claros. Eu tenho consciência que qualquer governo tem multifacetas".
[A candidatura] é mais de centro, menos radical, mais exposta aos acordos que o Brasil precisa. [...] O fato de ter apoio de partidos antagônicos me deixa tranquilo"
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