Topo

Em recado a bolsonaristas, Pacheco refuta impeachment de ministros do STF

Vinícius Nunes

Do UOL, em Brasília

01/02/2023 20h21Atualizada em 01/02/2023 20h57

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reconduzido hoje ao cargo de presidente do Senado. Em coletiva de imprensa após a vitória, ele afirmou que o argumento de impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) não será mais usado na Casa Alta e que o parlamento se manterá independente e cooperativo com os outros poderes.

Com o apoio de Lula, Pacheco foi reeleito presidente do Senado para mais dois anos de mandato. Ele venceu a disputa com 49 votos, contra 32 de Rogério Marinho (PL-RN), candidato do campo bolsonarista.

Os aliados de Marinho defendiam o impeachment de ministros como Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos contra Bolsonaro, mas Pacheco nunca deu prosseguimento aos pedidos. Após a vitória, o presidente reeleito do Senado refutou tramitar pedidos contra os membros da Corte.

Esse argumento mentiroso de que impeachment de ministro do STF será a solução de tudo não será mais banalizado. Rodrigo Pacheco (PSD)

Em fala a jornalistas, disse que o judiciário não pode ser provocado a todo momento e que vai pautar a relação com o STF "na base do diálogo, sem revanchismo e sem retaliação". Ele ainda afirmou que vai restabelecer a "boa relação" com os outros dois poderes.

"Vamos ser cooperativos, mas não subservientes com a presidência da República e com o Supremo Tribunal Federal".

Antes da eleição, Pacheco defendeu limitar poder do STF. Mais cedo, porém, em discurso aos senadores, o parlamentar disse que iria trabalhar para legislar sobre o Judiciário.

Diferentemente do que sustentam sobre revanchismo, retaliação ou possível enquadramento ao Poder Judiciário, iremos cumprir nosso papel verdadeiro de solucionar o problema através da nossa capacidade de legislar, vamos legislar para se colocar limites aos poderes. Rodrigo Pacheco (PSD-MG)

"Se há problema em relação a decisões monocráticas, legislaremos quanto a isso. Se há problema nos pedidos de vistas no STF, legislaremos a isso. Se há problema de competência do STF, legislaremos quanto a isso", completou.