Coronel preso retardou linha de PMs em ato golpista, diz ex-interventor
Alvo da 5ª fase da operação Lesa Pátria, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-chefe do Departamento Operacional da PM-DF, foi preso hoje por suspeita de omissão antes e durante as invasões nas sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro.
Para o ex-interventor da Segurança Pública do Distrito Federal Ricardo Cappelli, Naime Barreto retardou propositalmente a linha de contenção da PM. A informação foi repassada ao jornal O Globo e confirmada pelo UOL.
Capelli, que atua na Secretaria-Executiva do Ministério da Justiça e Segurança Pública, disse ter visto com os "próprios olhos" os comandados por Naime Barreto avançando "lentamente" contra os golpistas.
O então interventor assinou relatório em 30 de janeiro em que aponta omissão dos comandantes da PM no ato bolsonarista. Segundo o documento, havia nove chefes de batalhões de folga ou em férias em 8 de janeiro. Um deles era o coronel Naime Barreto, que, no dia dos ataques, foi convocado para atuar.
Alvo de uma investigação na Corregedoria da corporação por supostamente permitir a fuga de bolsonaristas, o PM negou, na ocasião, que tenha feito corpo mole.
Ele foi afastado do Departamento Operacional da PM-DF no dia 10 de janeiro.
Hoje, após a prisão, a defesa do coronel emitiu uma nota:
O militar agiu conforme a lei técnica, realizando todas as prisões ao alcance das condições materiais com as quais contava no momento. O avanço das investigações vai mostrar a inocência do coronel que há 30 anos presta serviços relevante à população do DF.
A Asof-DF (Associação dos Oficiais da PMDF) enviou uma reportagem do site O Antagonista que mostra imagens do coronel prendendo manifestantes em 8 de janeiro, o que divergiria da versão de omissão.
Outras prisões. Mais três oficiais da PM-DF foram presos hoje nessa fase da operação Lesa Pátria:
- o tenente Rafael Pereira Martins;
- o capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da PM-DF;
- o major Flávio Silvestre de Alencar, que aparece em imagens liberando acesso para que os invasores entrassem no STF.
A PF informa que já foram cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 37 de busca e apreensão desde o início da Lesa Pátria, que teve sua primeira fase em 20 de janeiro.
Os crimes investigados são:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado;
- associação criminosa;
- incitação ao crime;
- destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido
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