A Biden, Lula se oferece para mediar diálogo por fim da guerra na Ucrânia
O presidente Lula afirmou hoje em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que se ofereceu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para mediar diálogos de paz na guerra entre Rússia e Ucrânia.
Falando dos Estados Unidos, onde encontrou Biden na sexta (10), o petista afirmou ter proposto no encontro a criação um "G20 pela paz", formado por países sem relação direta com o conflito, como Brasil, México, Indonésia, China e Índia.
"O presidente [russo Vladimir] Putin sabe que a guerra vai demorar muito. Ele sabe que não foi fácil como ele imaginava e que, portanto, eu acho que agora tem que ter o momento para convencê-lo de parar a guerra. E eu disse ao presidente Biden que nós nos propunhamos a conversar", disse Lula.
Em outros trechos da entrevista, reforçou compromissos ambientais, pregou o combate à "extrema direita fascista" no mundo e disse ter conversado com Biden sobre a necessidade de os chefes de Estado defenderem a democracia em eventos internacionais.
No tema do meio ambiente, Lula reiterou promessas como as de zerar o desmatamento até 2030 e de acabar com os garimpos ilegais no país.
Perguntado sobre o que fazer para proteger a democracia após os ataques ao Capitólio nos EUA, em 2021, e os atos em Brasília em 8 de janeiro, Lula disse ter combinado com Biden que os dois farão discursos em defesa da demcoracia em fóruns e palestras.
O que eu acho que tem que ficar claro é que nós precisamos combater cada vez mais, com muita habilidade, com muita coragem, a extrema direita fascista que está surgindo no mundo.
Lula, em entrevista ao JN
Lula foi questionado sobre o anúncio dos Estados Unidos de que o país pretende doar US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia, reativado no governo Lula. A delegação brasileira no país achou o valor oferecido frustrante, mas Lula afirmou que o montante não é o importante no momento.
"Olha, eu não vim aos EUA para discutir a ajuda de 50, de 100, de 200, de US$ 10 milhões. A discussão não é essa", disse. De acordo com o petista, o interesse do governo é divulgar o Brasil como "o maior potencial de transição ecológica" do planeta.
"O Brasil tem energia limpa, mais do que qualquer país do mundo. O Brasil tem uma floresta extraordinária a preservar. O Brasil tem cinco biomas que nós queremos cuidar bem e, sobretudo, a questão da Amazônia, que todo mundo fala, é que a Amazônia é um território soberano no Brasil."
Lula disse ter se oferecido a Biden para mediar o fim da guerra na Ucrrânia. O presidente defendeu sua decisão de rejeitar o pedido do chanceler alemão, Olaf Schultz, de enviar munições para o conflito no leste europeu. Lula disse ter proposto a Schultz e ao presidente da França, Emmanuel Macron, a criação de um "G20 pela paz".
Eu acho que nós precisamos construir um grupo de países que comece a se organizar pela paz, ou seja, criar uma espécie de G20 pela paz. Nós criamos o G20 quando houve a crise econômica. Portanto, nós precisamos criar um outro instrumento político de países que não estão participando de nenhuma atividade nesta guerra e conversar com eles.
Lula, em entrevista ao JN
Lula não revelou o que Biden achou da proposta, alegando que seria uma "indelicadeza", mas disse acreditar que o presidente norte-americano tem consciência de que a guerra deve acabar.
Conselho de Segurança da ONU. Defensor de uma reforma no conselho desde mandatos anteriores, o petista disse que o mundo precisa de uma "governança global", mas não esclareceu se houve apoio formal dos EUA para isso.
"Eu acho que o Conselho de Segurança da ONU hoje é de uma geopolítica de 45. Nós precisamos de uma coisa de 2022. E é por isso que nós precisamos colocar outros países africanos, colocar países como a Alemanha, colocar a Índia, colocar o Japão, o Brasil pode entrar, mais o México, pode entrar a Argentina", disse.
Nessa mesma resposta, Lula reforçou promessas na área ambiental.
No Brasil nós temos um compromisso sério: até 2030, nós queremos zerar o desmatamento. Segundo: a gente não vai permitir mais garimpos em terras indígenas. A gente não vai mais permitir garimpo ilegal em lugar nenhum. A gente vai acabar com o corte de madeira.
Lula, em entrevista ao JN
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