Lula quer transformar ciência em política pública, diz presidente do CNPq
Em entrevista ao UOL News nesta sexta, Ricardo Galvão, presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)) exaltou a mudança de visão do governo federal no campo científico. O professor elogiou não só o reajuste no valor das bolsas de pós-graduação, anunciado pelo presidente Lula (PT), como o compromisso de usar a ciência como aliada do desenvolvimento do país.
Mais do que o aumento das bolsas, gostei muito do discurso do Lula ao dizer que vai trazer a ciência para a formulação de políticas públicas estratégicas. Esta é uma grande mensagem muito diferente da que vimos anteriormente. Os grandes países do mundo estão fazendo isso. Ricardo Galvão, presidente do CNPq
Galvão criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL) por relegar as pesquisas científicas a um plano secundário, o que atrapalhou o desenvolvimento e o crescimento do país nos últimos anos.
No cenário internacional, é bem claro que nenhum país terá desenvolvimento sustentável e socialmente justo sem políticas públicas fortemente embasadas no progresso científico e tecnológico. Ricardo Galvão, presidente do CNPq
Salles deveria ter sido preso por má atuação na Amazônia, diz Ricardo Galvão
Galvão comandou o Inpe (instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de 2016 a 2019, quando foi demitido por Bolsonaro, que acusou o órgão de mentir sobre a alta no desmatamento da Amazônia. O cientista citou uma fala de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente na gestão de Bolsonaro, para ilustrar como o governo anterior estava mais preocupado em defender os interesses de quem destruía a floresta.
Salles disse que Bolsonaro foi eleito com 100% de apoio dos desmatadores e mineradores da Amazônia. Havia uma intenção do governo de protegê-los. Salles mostrou isso e deveria ter sido preso pela atitude que fez. Ricardo Galvão, presidente do CNPq
Madeiro: Lula 'paz e amor' na economia sumiu e só existe com interlocutores
O presidente Lula (PT) indica que sua versão 'paz e amor' em relação ao mercado nos seus dois primeiros mandatos desapareceu, na visão de Carlos Madeiro. Para o colunista do UOL, o discurso duro do petista, que vive uma queda de braço com o Banco Central, só é amenizado quando algum membro de sua equipe econômica entra na discussão.
Esse Lulinha paz em amor em relação com o mercado sumiu dos discursos e só existe na política econômica quando o [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda] ou outro interlocutor fala que não há a intenção de mudar o Banco Central. Fica esse sentimento de que o Lula quer fazer uma sinalização a um público diferente. Ele não pode fazer isso de uma forma diferente da de 2010. Carlos Madeiro, colunista do UOL
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