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Reforma administrativa de Bolsonaro criminalizava servidores, diz ministra

Do UOL, em São Paulo

23/02/2023 11h18Atualizada em 23/02/2023 14h01

A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, avaliou ao UOL Entrevista de hoje a situação do servidor público —especialmente em face às promessas do governo Lula de aprovar uma reforma administrativa.

Segundo a ministra, o foco deve ser dar o "dimensionamento correto" da máquina pública para que ela não fique "nem inchada, nem superdimensionada":

O que a gente está fazendo no ministério: um dimensionamento da folha. A gente teve ausência de concursos publicos na gestão Bolsonaro. Em algumas áreas, tem muito menos gente do que o necessário para curmprir [o trabalho]; em outras, você pode ter tido um processo de transformação digital em que não precise da mesma quantidade de servidores que tinha antes."

Para ela, a proposta enviada pelo governo Bolsonaro em 2020 vai contra o que deseja o atual governo:

Somos bastante contrários à PEC 32, enviada por Bolsonaro, que tinha como diagnóstico uma visão de certa criminalizacao dos servidores públicos [...] com foco muito grande em poder demitir, em reduzir dimensão da força de trabalho, reduzir salários, estimular competição entre funcionários públicos e não cooperação"

Dweck também disse que uma proposta de reajuste de 7,8% aos servidores do executivo federal está sob discussão. Um dos focos é aumentar o valor do auxílio-alimentação em 42%, considerando o reajuste de inflação desde 2016, quando houve o último aumento.

Para a ministra, a medida beneficia os servidores que ganham menos e sofreram mais perdas neste período.

Ministra de Lula relata resgate de família do litoral de SP

Esther Dweck foi resgatada pelas Forças Armadas de um condomínio na praia de Camburi, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo.

Segundo ela, o condomínio ficava em uma beira de encosta e houve deslizamentos, "mas nada comparado às comunidades de Barra do Sahy".

Não teve uma vitima lá [no condomínio], felizmente, foi só questões materiais, por isso acho que nao se compara com situações mais graves. Nessa operação [de resgate], vieram mais familias, com crianças e idosos, realmente foi uma situação de muito susto. Mas minha maior solidariedade é com as pessoas que sofreram mais nesse episodio."

"Superministro" de Economia não tem capacidade de atuar em todas as áreas, diz Dweck

Esther Dweck também explicou a função do ministério que comanda, já que ele veio na leva de novas pastas criadas pelo governo Lula.

A ministra argumenta que o modelo anterior, que tinha em Paulo Guedes a figura do "superministro" da Economia, deixava questões mais administrativas de lado em detrimento de outras pautas mais "próximas" ao governo.

Um dos focos da pasta de Gestão é avaliar processos de inovação para o poder público, incluindo a digitalização dos serviços e a eficiência de estatais, disse Dweck.

Assista à íntegra do UOL Entrevista com Esther Dweck: