Nos EUA, Bolsonaro acena com candidatura em 2026: 'Missão não acabou'
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou hoje (4) que quer concorrer às eleições presidenciais de 2026 durante a participação no evento "Conferência de Ação Política Conservadora", em Washington, nos Estados Unidos.
Não é fácil ser político, pelo menos para aqueles que querem honrar sua palavra e fazer bem ao próximo. Agradeço a Deus pela minha segunda vida e também a ele pela missão de ser presidente da República por um mandato. Mas eu sinto que essa missão ainda não acabou".
Ex-presidente Jair Bolsonaro
O futuro da vida política de Bolsonaro, contudo, ainda será julgado pela Justiça Eleitoral. Atualmente, Bolsonaro enfrenta ao menos 16 ações de investigação que podem deixá-lo inelegível.
Outros destaques do discurso de Bolsonaro
- o ex-presidente voltou a questionar o resultado legítimo das eleições de 2022 das quais saiu derrotado pelo presidente Lula (PT);
- debochou da ciência ao falar sobre a vacinação contra a covid-19 no Brasil;
- defendeu os decretos assinados por ele que flexibilizou as regras para o porte e a posse de armas de fogo no país
- elogiou o ex-presidente norte-americano Donald Trump, que também participa do evento, e disse ter sido o último presidente a reconhecer a vitória de Joe Biden
O que mais Bolsonaro falou
"Se eu fosse presidente, não teríamos esse problema agora com os navios iranianos"
A declaração de Bolsonaro se refere aos navios de guerra iranianos atracados no Rio de Janeiro desde 26 de fevereiro, que receberam o aval da Marinha para ficarem no local até hoje (4). A decisão foi criticada pelo governo dos EUA.
As embarcações pertencem à Marinha da República Islâmica do Irã desde 2021 e estão equipadas com várias armas, como mísseis de cruzeiro antinavio, torpedos e canhões navais, segundo a agência de notícias Iran Press.
"Tem certos assuntos no Brasil que são proibidos de ser tratados. O primeiro é a vacina. É o tempo todo 'ciência, ciência, ciência'. Eu digo: 'É liberdade, é liberdade, é liberdade"
O ex-chefe do Executivo debochou dos defensores da "ciência" ao comentar sobre as ações de combate à pandemia da covid-19 no país. Aplaudido de pé pela plateia, Bolsonaro disse que não obrigou a população a tomar a vacina.
O Brasil registrou 699.243 mortos pelo coronavírus desde o início da doença no país. Durante a pandemia, o ex-presidente ironizou as vítimas da covid-19, afirmou que não tomaria a vacina e foi contra as medidas de isolamento nos estados.
Convido a todos para conhecer a Amazônia como ela realmente é e não como a imprensa pinta".
Em quatro anos de governo Bolsonaro, ao menos 47 mil km² foram desmatados na Amazônia, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número equivale ao total da área destruída e indica um aumento de 59,5% da taxa de desmatamento na Amazônia em relação aos quatro anos anteriores.
Quando se fala em conservadorismo, o que queremos e lutamos são coisas básicas. Família, não queremos ideologias de gênero. Queremos os filhos crescendo à semelhança do pai, e as filhas, da mãe"
O ex-presidente ressaltou as pautas ideológicas durante o discurso e afirmou ser contra o aborto. Bolsonaro disse que, atualmente, a propriedade privada encontra-se "ameaçada" no país e ela é um dos pilares da democracia.
Além de Bolsonaro, um dos filhos dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também participou do evento. O parlamentar atacou o governo Lula e defendeu a flexibilização do porte e da posse de armas no país.
"A primeira medida de Lula foi relacionada a controle de armas. O primeiro discurso como presidente: cancelar tudo que Bolsonaro fez nos quatro anos como presidente", disse.
Eduardo afirmou ainda que o resultado das eleições presidenciais no Brasil foi questionado e chamou de censura decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), como a de prender os responsáveis pela destruição dos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro.
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