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Desmatamento da Amazônia aumentou 59% sob Bolsonaro, aponta Inpe

Taxa de desmatamento na Amazônia aumentou nos últimos anos, revelam as estatísticas do governo federal - GETTY IMAGES
Taxa de desmatamento na Amazônia aumentou nos últimos anos, revelam as estatísticas do governo federal Imagem: GETTY IMAGES

Do UOL, em São Paulo

30/11/2022 14h41

Em um ano, a Amazônia brasileira registrou 11.568 km² de desmatamento, um índice que coloca as medições durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) com um histórico negativo: um aumento de 59,5% da taxa de desmatamento na Amazônia em relação aos quatro anos anteriores.

Os dados são do Prodes, que faz parte do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e fazem parte de um monitoramento de 108 imagens de satélites de desmatamento por corte raso na Amazônia Legal entre os dias 1º de agosto de 2021 a 31 julho de 2022.

Em relação aos valores do mesmo período do biênio 2020-2021, houve uma redução de 11,27%. Mesmo assim, o índice é o maior, excluindo o ano anterior, desde 2008.

Entre os estados da Amazônia Legal, o Pará foi o estado mais responsável pelo resultado negativo — foram 4.141 km² desmatados em 2022, 21% a menos do que no ano anterior. Porém, o destaque ficou para o estado do Amazonas, o único a registrar aumento na destruição: os satélites capturaram 2.607 km² de desmate, incremento de 13%.

Para o Observatório do Clima, grupo que reúne organizações ambientais do Brasil, uma das justificativas é a "expectativa de asfaltamento da BR-319 (Manaus-Porto Velho), rodovia que corta o maior bloco de florestas intactas da Amazônia", além da redução do trabalho efetivo do Ibama em campo.

Veja as taxas de desmatamento por estado no biênio 2021-2022:

  • Acre: 847 km²
  • Amazonas: 2.607 km²
  • Amapá: 6 km²
  • Maranhão: 282 km²
  • Mato Grosso: 1.906 km²
  • Pará: 4.141 km²
  • Rondônia: 1.512 km²
  • Roraima: 240 km²
  • Tocantins: 27 km²
  • Total de desmatamento em 2021-2022: 11.568 km²

Mapa do Prodes aponta áreas com maior índice de desmatamento entre 2021 e 2022 - Reprodução/Inpe - Reprodução/Inpe
Mapa do Prodes aponta áreas com maior índice de desmatamento entre 2021 e 2022
Imagem: Reprodução/Inpe

Herança de Bolsonaro. Com o fim próximo do governo Bolsonaro, o legado do presidente em relação ao desmatamento é histórico, mas pelo sentido negativo. O presidente tornou-se o líder com maior aumento do desmatamento registrado desde 1988, quando começa a série histórica do Prodes.

"Se quiser ver os números de destruição florestal diminuírem em 2023, Lula terá que ter tolerância zero com o crime ambiental desde o primeiro dia de seu governo. E isso inclui responsabilizar judicialmente aqueles que sabotaram a governança ambiental no país enquanto ocuparam o governo nos últimos quatro anos", declarou Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.