Bolsonaro diz que 'nada foi escondido' sobre joias sauditas não declaradas
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje que "nada foi escondido" ao responder sobre as joias sauditas não declaradas e recebidas pelo seu governo.
O que aconteceu:
- No aeroporto dos EUA, Bolsonaro disse que as joias foram cadastradas como itens do arquivo do presidente --o ex-presidente, porém, não mencionou que, antes, pessoas ligadas a ele tentaram forçar a entrada das joias no Brasil sem declará-las, como manda a lei. As peças também estavam no acervo pessoal dele, fora do Palácio do Planalto.
- Bolsonaro buscou minimizar a questão das joias, afirmando que recebeu mais de 3.000 camisetas, dezenas de facas e relógios ao longo do governo.
- O político comentou que a tentativa de retirada das joias foi realizada por ofícios na tentativa de trazê-los "para o acervo". "Ninguém quis buscar na mão grande." O então governo, porém, teria tentado liberá-las ao menos oito vezes.
- O ex-presidente disse ainda que as joias sempre estiveram em seu acervo, mas ele não pode dizer a localização por questões de segurança.
- Sobre a intimação da PF para depor sobre as joias, Bolsonaro comentou que seguirá as indicações dos seus advogados.
Eu não sei por que esse escândalo todo. Uma coisa que eu não gostaria de devolver são as armas, uma coisa pessoal. Entreguei para a Polícia Federal, e eles devem fazer um bom uso disso. Faz parte da regra. Vamos em frente. Nada foi extraviado, nada sumiu. Nada foi escondido. Ninguém vendeu nada. Acho que a questão desses três pacotes [de joias] está resolvida. Se eu tivesse pegado escondido, ninguém teria conhecimento."
Jair Bolsonaro em entrevista à CNN Brasil
O ex-presidente afirmou que seu acervo pessoal está à disposição para auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), já que nada foi "surrupiado".
O político disse não ter interesse em abrir um local para ser o seu acervo em razão dos custos que isso poderia trazer. "Não quero essa dor de cabeça para mim."
Tenho relógio que vale R$ 20, vale R$ 200. Facas, o que eu ganhei de facas pelo Brasil com o meu nome... Estão lá. Se tem que doar, ser recolhido por alguém, sem problema nenhum. Não tem nada errado no meu governo, pelo que eu levantei até agora. Quem vai usar um relógio, por exemplo, de R$ 200 mil ou R$ 300 mil? Eu jamais usaria. Continuaria com meu relógio, feliz da vida."
Jair Bolsonaro à CNN Brasil
Três pacotes de joias
- Um assessor do ministro de Bolsonaro levava dentro de sua mochila uma das caixas de joias, sem declarar, e foi barrado pelos fiscais da alfândega no aeroporto de Guarulhos (SP). Os funcionários apreenderam as joias por falta de pagamento das taxas de importação. No pacote, havia um colar, um anel, um relógio e um par de brincos, avaliados em 3,2 milhões de dólares (cerca de R$ 16,5 milhões).
O segundo pacote burlou o controle aduaneiro e foi entregue a Bolsonaro, que o manteve no acervo.
Já o terceiro pacote de joias, que incluía um relógio Rolex de ouro branco cravejado de diamantes, também foi recebido por Bolsonaro.
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