Após Bolsonaro, golpe faz 59 anos sem celebração e com revisão de anistias
O golpe militar executado em 31 de março de 1964 por militares do Exército brasileiro completa 59 anos. Diferentemente da gestão de Jair Bolsonaro (PL), simpatizante da ditadura, o governo federal de Lula (PT) não irá celebrar a data. Nem o Exército divulgará mensagem relembrando o período em que militares fecharam o Congresso, censuraram a imprensa e prenderam, mataram e torturaram opositores.
Como foi com Bolsonaro
- A mensagem de aniversário do golpe foi retomada pelo ex-presidente Bolsonaro já no seu primeiro ano de governo, em 2019.
- Nos quatro anos de seu mandato, foi celebrado o dia 31 de março e exaltado o golpe.
- Tropas organizadas pelo Ministério da Defesa leram a "ordem do dia" que chamava a ditadura de "marco histórico".
- Os militares defenderam a falsa justificativa de que salvaram o Brasil do então presidente deposto, João Goulart, que instalaria um regime comunista no país.
Como vai ser com Lula
- Neste ano, vai ser diferente. Como antecipou a colunista do UOL Carla Araújo, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, decidiu que não haverá a leitura da ordem do dia.
- A decisão de não divulgar uma mensagem pela data, segundo fontes da caserna, se deve a uma interpretação do comandante de que "o normal era não existir".
- O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania instalou uma nova Comissão de Anistia, que começou os trabalhos ontem. O grupo irá rever todos os pedidos de anistia de vítimas da ditadura militar que foram negados pelo governo Bolsonaro.
- Entre os pedidos de revisão, está o da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que foi torturada por militares.
FHC acabou com mensagem pró-golpe
- A leitura da ordem do dia parou de ser feita em 1995, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) --que até hoje é criticado por militares.
- Segundo o Exército, depois disso, só foram localizadas ordens do dia publicadas em 2004, 2005 e 2006, durante as gestões de Lula (2003 a 2010). Não foi possível encontrar registros dessas leituras públicas.
- Não houve leitura de ordens do dia na gestão de Dilma Rousseff, vítima da ditadura. Tampouco há registros de leituras de ordens do dia na gestão de Michel Temer (MDB).
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