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Em meio à reaproximação, Lula faz 1º evento de promoção de generais

Lula participa da cerimônia de cumprimentos aos militares recém-promovidos no Palácio do Planalto - Lucas Borges Teixeira/UOL
Lula participa da cerimônia de cumprimentos aos militares recém-promovidos no Palácio do Planalto Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Do UOL, em Brasília

04/04/2023 17h02Atualizada em 04/04/2023 17h42

O presidente Lula (PT) recebeu hoje os comandantes das três Forças Armadas para o primeiro evento de promoção de generais do seu terceiro mandato.

O que aconteceu?

  • Lula recepcionou os oficiais-generais recém-promovidos no Palácio do Planalto durante a primeira cerimônia de cumprimentos desta gestão. Ao todo, 56 oficiais de alta patente das três Forças Armadas subiram de posto.
  • A solenidade, tradicional, ajuda na reaproximação entre o petista e a caserna. Em março, os encontros entre Lula e os comandantes das Forças Armadas foram quase semanais. Mediados pelo ministro da Defesa, José Múcio, eles têm quebrado o gelo entre as instituições após os atentados de 8 de janeiro.

Participaram do ato junto ao presidente e à primeira-dama, Janja da Silva, os três comandantes militares:

  • Almirante Marcos Olsen, da Marinha
  • Brigadeiro Marcelo Damasceno, da Aeronáutica
  • General Tomás Paiva, do Exército

A cerimônia foi rápida e consistiu apenas nos cumprimentos. Lula entrou com quase 30 minutos de atraso e deixou os comandantes esperando cerca de metade desse tempo no palco. Atrasos são comuns em eventos com o presidente.

  • Por protocolo, ele não falou.
  • Durante o evento, pessoas próximas ao Planalto, que ajudam na interlocução com os militares, disseram que o clima está mais "alegre" e comemoraram o tom leve do evento. A comparação é que "ambos os lados" estão "engolindo sapos" para melhorar a relação.
  • Há uma promessa por parte do governo de que estas cerimônias continuem abertas.

As promoções já haviam sido publicadas no DOU (Diário Oficial da União) na última sexta (31). As mudanças são programadas e acontecem de forma periódica:

  • Março, julho e novembro: promoções por escolha das Forças
  • Abril, agosto e dezembro: promoções por merecimento e antiguidade (se houver vagas)

Afastamento após o 8 de janeiro tem sido contornado

Lula e os militares têm feito esforços para se aproximarem, após o ruído causado entre as Forças Armadas e os três Poderes no dia 8 de janeiro. Tanto o Planalto quanto o Supremo viram desleixo e até conivência por parte das Forças Armadas —em especial do Exército, onde houve troca de comando— nos atentados golpistas.

Em março, o petista decidiu tomar a frente dos encontros, que por dois meses estavam sendo mais encabeçados pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Como fruto dessa aproximação, o Planalto conseguiu avançar na despolitização das Forças —Múcio tem trabalhado por uma PEC neste sentido.

Além disso, após reuniões com Lula, Exército, Marinha e Aeronáutica determinaram 90 dias para que os militares da ativa com ligação partidária se desfiliassem ou fossem para a reserva.

Outro aceno do Exército foi a decisão de acabar com a leitura da ordem do dia alusiva ao dia 31 de março, aniversário do golpe militar no Brasil, que completou 59 anos na semana passada.