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'Foro de São Paulo alternativo' com PSOL terá nova esquerda sul-americana

O presidente do PSOL, Juliano Medeiros; o presidente do Chile, Gabriel Boric; e o presidente da Colômbia, Gustvo Petró: esquerda sul-americana se reúne no fim de semana para formar rede - Reprodução
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros; o presidente do Chile, Gabriel Boric; e o presidente da Colômbia, Gustvo Petró: esquerda sul-americana se reúne no fim de semana para formar rede Imagem: Reprodução

O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e outros partidos de esquerda sul-americanos vão fundar a Rede Futuro no próximo fim de semana. A ideia é que o grupo seja um novo fórum de discussões para os progressistas.

O que vai acontecer

Batizado de "Construir Futuro", o encontro que dará origem à Rede Futuro acontecerá de sexta (7) a domingo (9), em Santiago, no Chile. A diretoria do grupo e as diretrizes gerais de funcionamento serão definidas no evento.

O Brasil terá quatro participantes. Além de Juliano Medeiros, presidente do PSOL, os deputados federais Ana Pimentel (PT-MG), Célia Xakriabá (PSOL-MG) e Guilherme Boulos (PSOL-SP) representarão o país no evento.

Crise climática, feminismo e direitos humanos serão alguns dos temas prioritários da nova rede. Assuntos como crise migratória, economia popular e integração regional também devem estar na pauta.

Na prática, a rede será contraponto ao Foro de São Paulo. Fundado em 1990, o foro é uma organização que reúne 123 partidos de esquerda de 27 países da América Latina e Caribe —incluindo governos autoritários, como o da Nicarágua. Isso motivou as lideranças a criarem a nova rede.

A Venezuela ficou de fora. Governada há 11 anos por Nicolás Maduro e afastada de vários fóruns regionais, ainda não há consenso interno sobre como tratar a situação no país.

Em princípio, a rede ficará restrita à América do Sul. A aliança é fruto de dois anos de diálogo entre várias lideranças regionais.

Os partidos Convergência Social (de Gabriel Boric, atual presidente do Chile), Colombia Humana (de Gustavo Petró, atual presidente da Colômbia) e Frente de Todos (da Argentina) são alguns dos grupos que estiveram envolvidos nas tratativas.

O que dizem os envolvidos

Cada espaço tem sua história e sua razão de ser. Organizações como o Foro de São Paulo e o Grupo de Puebla foram importantes para que a esquerda elaborasse na década de 1990 estratégias eleitorais vitoriosas no Brasil, Argentina e outros países. A proposta da rede é trazer novas ideias e, se os outros as acolherem, será ótimo."
Juliano Medeiros, presidente do PSOL

Devemos avançar com responsabilidade nas mudanças estruturais sem deixar ninguém para trás. Crescer economicamente, converter o que para muitos são bens de consumo em direitos sociais, independentemente do tamanho da carteira, e garantir uma vida tranquila e segura"
Gabriel Boric, presidente do Chile, no discurso de posse, em 2021. O ministro de Desenvolvimento Social de Boric participará do evento de fundação da rede

Quando foi preciso fugir o quanto antes do carvão e do petróleo, inventaram uma guerra e outra e outra. Eles invadiram a Ucrânia, mas também o Iraque, a Líbia e a Síria. Eles invadiram em nome do petróleo e do gás"
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2022. O partido dele esteve envolvido nas tratativas sobre a rede

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, a deputada federal Ana Pimentel é filiada ao PT, e não ao PSOL. O texto foi corrigido.