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Ex-ministros de Bolsonaro são punidos pela Comissão de Ética

O então ministro da Educação, Abraham Weintraub - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O então ministro da Educação, Abraham Weintraub Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Lucas Borges Teixeira e Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em Brasília

13/04/2023 13h11

O ex-ministro Abraham Weintraub (Educação) e o ex-secretário Mário Frias (Cultura) foram punidos pelo CEP (Comissão de Ética Pública) da Presidência da República.

O que aconteceu

Em 2019, como ministro, Weintraub acusou as universidades federais de serem focos de plantação de maconha. Como não havia provas, a União foi condenada a se retratar e o caso foi encaminhado à CEP, que julga a conduta de ética dos agentes públicos.

Já Frias usou um termo racista ao responder ao historiador negro Jones Manoel quando era secretário, em 2021. A vítima entrou na Justiça contra o Frias e o caso também foi instaurado pela CEP.

A comissão também instaurou um processo contra o ex-ministro Gilson Machado (Turismo) por falas "antiéticas" ditas contra o presidente Lula (PT).

Em reunião de colegiado na última terça (11), os dois foram sentenciados por "censura ética". A sentença fica registrada nas respectivas fichas e pode atrapalhar futuras promoções, aprovações ou aumentos em cargos do funcionalismo público.

Como foi o caso Weintraub

Sem provas, Weintraub relacionou as universidades federais ao plantio maconha em entrevista a uma rádio enquanto ministro da Educação. Ele foi chamado à Câmara para explicar a fala.

Você tem plantações de maconha, mas não são três pés de maconha, são plantações extensivas de algumas universidades, a ponto de ter borrifador de agrotóxico. Porque orgânico é bom contra a soja para não ter agroindústria no Brasil, mas na maconha deles eles querem toda tecnologia a disposição."
Abraham Weintraub, em 2019

Desvios decorrentes de manifestações públicas de caráter antiético contra a imagem das universidades federais."
Caso julgado pela CEP

Como foi o caso Mário Frias

Em 2021, o então secretário especial de Cultura fez uma comparação racista ao dizer que Jones Manoel "precisava de um bom banho". A fala foi feita via Twitter após o historiador dizer, nas redes sociais, que "já tinha comprado fogos" com uma notícia de internação de Bolsonaro. O tuíte foi apagado, mas Jones processou Frias pela postagem.

O que existe é um esgoto fascista, e por consequência racista, que veio a público e quer lutar pelo 'direito' de ser racista na esfera pública. O Mario Frias faz parte disso."
Jones Manoel, em resposta a Frias

Violação às normas éticas em face de publicação feita em redes sociais."
Caso julgado pela CEP

Como foi o caso Gilson Machado

Em um discurso em Alagoas em 2021, Machado disse que Bolsonaro não precisava "tomar uma dose de cachaça para ficar no meio do povo", em provocação velada a Lula. O caso foi aceito pela CEP nesta terça.

Supostas declarações de caráter antiético."
Caso instaurado pela CEP