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Prisão de Tacla Duran foi ordenada por desembargador pai de sócio de Moro

Tacla Duran fez graves acusações contra Sergio Moro, na época em que o hoje senador era juiz da Lava Jato - Reprodução
Tacla Duran fez graves acusações contra Sergio Moro, na época em que o hoje senador era juiz da Lava Jato Imagem: Reprodução

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em São Paulo

13/04/2023 20h03

O desembargador responsável por mandar prender o advogado Tacla Duran é pai de um dos sócios do senador Sergio Moro (União-PR) em um escritório de advocacia.

O que aconteceu:

Marcelo Malucelli, desembargador do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4º Região), é pai do advogado João Eduardo Barreto Malucelli, sócio de Moro no escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL.

Na última terça-feira (11), o desembargador expediu novo mandado de prisão preventiva contra Tacla Duran, que atualmente mora na Espanha. Para mandar prender o advogado, Malucelli desconsiderou um parecer do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, de que o caso está sob responsabilidade da Corte.

Em março, Duran depôs de forma remota ao juiz Eduardo Appio, responsável pelos processos da Lava Jato, em que disse ter sofrido tentativa de extorsão por pessoas próximas a Moro para não ser preso nas investigações da operação.

A denúncia de Tacla virou notícia-crime contra Moro, o atual deputado federal e ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), o advogado Carlos Zucolotto Júnior e o assessor do senador Fábio Aguayo. O caso tramita no STF.

Em nota, Moro disse estar afastado das atividades do escritório desde o início de seu mandato como senador em fevereiro. Entretanto, o senador ressaltou que permanece "no quadro social somente como associado". Ele também destacou que não é investigado ou processado pela Justiça Federal do Paraná ou o TRF-4.

Tacla Duran deve voltar ao Brasil

Segundo o colunista do UOL Chico Alves, Tacla Duran deve retornar ao Brasil na próxima semana para depor presencialmente ao juiz Eduardo Appio no âmbito das acusações feitas por ele envolvendo Moro e Dallagnol.

Conforme Chico, Duran poderá fazer novas denúncias, não relacionadas àquelas feitas no mês passado. O advogado espera que o STF revogue o novo mandado de prisão para que ele desembarque no país.