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Chico Alves

REPORTAGEM

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Desafeto de Moro, Tacla Duran vem ao Brasil para depor ao juiz da Lava Jato

Colunista do UOL

13/04/2023 13h11

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O advogado Rodrigo Tacla Duran deverá desembarcar nos próximos dias no Brasil, vindo da Espanha, onde mora, para depor ao juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), que trata dos casos relativos à Operação Lava Jato. O depoimento está marcado para terça-feira (18), às 16h.

Tacla Duran prestou depoimento de forma remota ao juiz Appio no dia 27 de março. Na ocasião, fez uma denúncia grave: disse que sofreu tentativa de extorsão para não ser preso nas investigações da Lava Jato. A denúncia se transformou em notícia-crime envolvendo o ex-juiz Sergio Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol, além do advogado Carlos Zucolotto Júnior e Fábio Aguayo. Como Moro e Dallagnol são parlamentares, o caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

No depoimento que prestará nos próximos dias, Tacla Duran poderá fazer novas denúncias, não relacionadas àquelas que fez na primeira manifestação ao juiz Appio, no final do mês passado.

Nos últimos tempos, Tacla Duran, que advoga em causa própria, vinha reclamando de atuação indevida da juiza Gabriela Hardt, que provisoriamente substituiu Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. Há cerca de sete meses, ele tinha pedido que a Justiça considerasse Hardt como suspeita para julgá-lo.

Acontece que no dia 22 de fevereiro, quando o novo juiz da Lava Jato já tinha assumido, a própria Gabriela Hardt negou que houvesse suspeição e determinou o arquivamento do pedido de Tacla Duran. Ao saber do fato, Eduardo Appio desarquivou o caso e reverteu a decisão.

Na terça-feira (11), o juiz federal Marcelo Malucelli, da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), revogou a decisão do juiz federal da 13ª Vara de Curitiba, Eduardo Appio, que suspendeu o mandado de prisão preventivo contra o advogado Rodrigo Tacla Duran, decretado em 2016 pelo titular da época, Sérgio Moro. A defesa de Tacla Duran espera que em breve o Supremo Tribunal Federal novamente torne sem efeito a ordem de prisão, para determinar a data de embarque para o Brasil.

Depois que Tacla Duran fez a denúncia de que foi extorquido para não ser preso no inquérito da Lava Jato, implicando Sergio Moro e Deltan Dallagnol, o atual juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba pediu e conseguiu permissão para usar esquema especial de segurança contra o poder político e econômico dos dois parlamentares.

Um pedido de convocação para depoimento de Tacla Duran foi feito ontem na Comissão de Fiscalização da Câmara, pelo deputado Jorge Solla (PT-BA), mas acabou rejeitado. Um dos que argumentaram mais energicamente contra a convocação de Tacla Duran foi justamente o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR).