Topo

Esse conteúdo é antigo

Ministro defende Gonçalves Dias e diz que GSI 'estava contaminado'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

28/04/2023 08h57

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), Paulo Pimenta, afirmou que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) "estava contaminado" por bolsonaristas durante a invasão de golpistas às sedes dos Poderes da República em 8 de janeiro.

O que o ministro falou:

Paulo Pimenta defendeu o agora ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias, e disse que o "erro" dele foi o de não ter "feito com rapidez a faxina que deveria ter sido feita" na pasta para exonerar militares ligados à gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Pimenta destacou que Dias é uma "pessoa honrada e leal" ao presidente Lula (PT). As declarações foram dadas em entrevista à RedeTV!

O ministro disse que "as figuras" que aparecem nas imagens do circuito de segurança do Palácio do Planalto "acompanhavam Bolsonaro" e que o então secretário-executivo de Dias era o mesmo do ex-chefe do órgão, general Augusto Heleno — o vídeo também mostrou Gonçalves circulando pelo terceiro andar do prédio, onde está o gabinete de Lula, sem repreender os invasores.

O chefe da Secom também reiterou que "tentar vincular essas pessoas ao governo Lula vai ser uma tentativa absolutamente inglória".

O presidente Lula decidiu nomear o general Marcos Antônio Amaro dos Santos para comandar o GSI. Com isso, o petista põe fim a uma queda de braço no governo sobre a configuração da pasta e mantém a estrutura formada por militares.

O GSI infelizmente estava contaminado. Se houve erro cometido pelo Dias foi de não ter feito com rapidez a faxina que deveria ter sido feita. Ele é uma pessoa honrada e leal ao Lula."

CPMI

Na entrevista, Paulo Pimenta também falou sobre a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai investigar os acontecimentos daquele 8 de janeiro. Para o ministro, a CPMI será importante para dar agilidade às investigações e dará a "oportunidade de a gente passar a limpo essa história toda".

"A Comissão vai ser uma oportunidade de trazer os financiadores para depor, quebrar os sigilos dos financiadores, identificar os organizadores, responsabilizar criminalmente todos que incentivaram, organizaram e possibilitaram que essa ação criminosa tenha ocorrido, inclusive parlamentares", declarou.

Pimenta rechaçou a "teoria" da oposição de que o governo tenha "facilitado" a ação dos golpistas e disse ser "inevitável" que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja convocado para depor na Comissão.

"Na medida em que nós avançarmos, nós vamos encontrar figuras importantes do antigo governo que vão sentar nessa CPI e vão ter que se explicar. Acho que é inevitável [Bolsonaro não ser convocado para se explicar]", completou.