PF explica em ofício como Bolsonaro alterou dados do SUS; veja íntegra
A PF (Polícia Federal) indicou, em ofício ao STF, o esquema em que o cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi supostamente fraudado.
- Leia a íntegra do ofício clicando aqui e aqui.
O que aconteceu:
O aplicativo ConecteSUS do ex-presidente foi acessado de dentro do Palácio do Planalto, identificou a PF.
A ação foi feita por IP pertencente à Presidência da República e teria ocorrido em 22 e 27 de dezembro de 2022.
Foi emitido um certificado fraudado de vacinação contra a covid-19 nessas datas, concluiu a PF; constavam no documento três doses de vacina.
Os registros da vacinação de duas das três supostas aplicações foram apagados em 27 de dezembro.
Uma nova emissão do certificado foi feita no dia 30 de dezembro a partir do celular do ajudante de ordens Mauro Cid, contendo apenas o registro de uma dose da vacina da Janssen; foi neste dia que Bolsonaro partiu para os EUA, onde ficou até março deste ano.
A suspeita é que o ex-presidente tenha conseguido "vantagem indevida" a partir da fraude do cartão, pois o ajudaria em "situações que necessitem de comprovante de vacinação contra a covid-19", concluiu a PF.
Mudanças de e-mail
O e-mail oficial de Cid estava registrado no cadastro do ex-presidente no aplicativo até o dia 22 de dezembro de 2022. Naquela data, o cadastrado foi atualizado.
Passou a constar, então, um e-mail pertencente a Marcelo Costa Camara, então assessor especial do presidente da República, verificou a PF. Camara acompanhou Bolsonaro em sua viagem aos EUA no fim de 2022 e também foi alvo de busca e apreensão hoje.
Os endereços de e-mail utilizados para acessar o sistema "GOV.BR" de Jair Bolsonaro, são de assessores próximos ao ex-presidente da República. Portanto, não se evidenciou qualquer fato suspeito relacionado à utilização indevida do usuário do ex-presidente da República, por terceiros não autorizados, para acessar o aplicativo ConecteSUS."
Ofício da Polícia Federal ao STF
Investigação sobre cartões de vacina
A operação de hoje prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; a ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Além de Cid, foram presas outras cinco pessoas: o PM Max Guilherme Machado de Moura, o secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias João Carlos de Sousa Brecha, o assessor do ex-presidente Sérgio Rocha Cordeiro, o sargento Luís Marcos dos Reis e o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros.
O celular do ex-presidente foi apreendido. Segundo Bolsonaro, seu aparelho não possui senha.
O coronel do Exército Marcelo Costa Câmara e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB) também foram alvos de mandado de busca; por meio de nota, o parlamentar disse que colabora com a PF e ainda toma conhecimento dos detalhes das investigações.
As inserções de dados falsos sobre as vacinas teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, segundo a PF; a suspeita é que os certificados de vacinação foram adulterados para permitir a entrada nos Estados Unidos, no fim do ano passado.
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